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Politica Brasil
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 22:35

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O Movimento pela Ética na Política, que reúne 17 entidades de Rondonópolis, entregou agora a pouco ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e à Ordem dos Advogados do Brasil, em Cuiabá, um dossiê contendo 24 depoimentos de suposta compra de votos nas eleições de 03 de outubro, além de duas fitas que reforçam os depoimentos. Todos eles envolvem o candidato a prefeito, Adilton Sachetti (PPS). O dossiê será encaminhado pelo MCCE e a OAB ao procurador eleitoral da República, Mário Lúcio de Avelar.

As fitas de vídeo mostram a entrega de uma cesta básica por um carro usando adesivo do candidato a prefeito Adilton Sachetti (PPS) e de duas eleitoras que alegam terem sido ameaçadas a não denunciar a compra de votos. Geni Siqueira e Eunice Siqueira, mãe e filha que moram na Vila Olinda, alegam ter recebido R$ 300,00 e R$ 60,00 respectivamente para votar no candidato do governador Blairo Maggi. O aliciamento teria sido feito por um homem identificado como Luiz Carlos, ex-presidente da Associação de Moradores do Bairro Tancredo Neves, em Rondonópolis. Entre as ameaças recebidas, uma envolve o filho de Eunice, que cumpre pena na Penitenciária da Mata Grande.

Guimar Teodoro de Oliveira, presidente da Unisal (União das Associações de Moradores da Região Salmen), que congrega 34 bairros, explicou que o Movimento pela Ética na Política surgiu logo após as eleições reunindo associações, sindicatos e outras entidades da sociedade civil após os inúmeros comentários de que teria ocorrido compra de votos em Rondonópolis. A partir daí, as entidades disponibilizaram um disk-denúncia, que teria recebido 400 ligações. Dessas denúncias, 24 delas foram formalizadas através de depoimentos assinados e que agora constam do dossiê. "Estamos buscando a parceria do MCCE e da OAB para que as denúncias sejam apuradas", disse Guimar. "A compra de votos mancha a história de Rondonópolis", disse.

O coordenador do MCCE, Antônio Cavalcanti Filho, explicou que todos os documentos serão encaminhados ao Ministério Público Federal e diz esperar que os fatos, se comprovados, levem à punição dos culpados. Já o presidente da OAB, Francisco Fayad, agradeceu a confiança das entidades na Ordem dos Advogados do Brasil e explicou que as denúncias podem resultar na cassação do registro da candidatura de Adilton Sachetti e a suspensão de sua diplomação pela Justiça Eleitoral, a exemplo do que já aconteceu com o prefeito eleito de São José dos Quatro Marcos, Antônio Junqueira, e o de Primavera do Leste, Getúlio Viana, pelo Tribunal Regional Eleitoral. "Isso é uma demonstração de que nossa Justiça é severa e está agindo rapidamente", disse Fayad.

No final desta terça-feira, uma outra comissão de representantes das 17 entidades entrega os mesmos documentos ao promotor da Justiça Eleitoral em Rondonópolis, Marcos Regenold.




Fonte: Primeira Hora

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