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Internacional
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 14:56

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Combatentes estupraram ao menos 40 mil mulheres e crianças na República Democrática do Congo nos últimos seis anos, denunciou o grupo Anistia Internacional hoje. Apesar disso, o sistema de saúde desse país africano pode fazer pouco pelas vítimas.

Embora a guerra no Congo tenha sido declarada extinta em 2003, os combates continuam esporadicamente no leste do país, e alguns casos horríveis de estupro foram registrados em junho passado, disseram grupos de defesa dos direitos humanos.

A Anistia pediu que um grupo de especialistas avaliasse as carências do setor de saúde, apelou às autoridades congolesas por uma postura mais enérgica no combate à violência sexual e pediu esforços nacionais e internacionais para aumentar a segurança no leste do país.

Mais de 20 grupos envolvidos nos conflitos no Congo participaram de episódios de estupro e violência sexual, afirmou a Anistia. A organização de defesa dos direitos humanos divulgou, por exemplo, o testemunho da mais nova de três irmãs estupradas por mais de 20 homens de uma facção que ocupou a cidade de Bukavu, em junho.

"Jeanette foi estuprada por sete soldados em um depósito. Francine, por oito soldados, em uma loja", contou Edith, de 16 anos. "Eles me colocaram em um banheiro. Lutei com cinco soldados que tentaram fazer meus irmãos me verem sendo estuprada. Mas eles me bateram tanto."

Apenas dois hospitais do leste do Congo estão equipados para tratar de vítimas da violência sexual, afirmou a Anistia. E esses hospitais, com freqüência, ficam sem fornecimento de água ou eletricidade. Neles faltam portas, janelas e camas por causa dos saques constantes.

"O governo e a comunidade internacional precisam agir agora para garantir que milhares de vítimas de estupro tenham acesso a tratamento médico e para garantir que a reabilitação do sistema de saúde seja uma prioridade", afirmou Stephen Bowen, da Anistia.




Fonte: Reuters

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