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Meio Ambiente
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 10:33

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Cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do campus de Jaboticabal, anunciaram o nascimento da primeira cabrita gerada totalmente por fecundação in vitro no Brasil. Batizada de Celebridade, ela nasceu em agosto em uma fazenda na cidade de Iaçu, na Bahia.

"Os embriões ficaram congelados por aproximadamente dois anos. A intenção não era, no início, transferi-los para um útero, mas surgiu uma oportunidade lá na Bahia, onde havia um bom rebanho, e resolvemos fazer", disse o professor Gilson Toniollo, um dos responsáveis pelo experimento. Segundo a Agência Fapesp, o trabalho ocorreu em parceria com Joaquim Garcia, também professor da Unesp, e com cientistas da Universidade Federal da Bahia.

A partir desse experimento bem-sucedido, os pesquisadores esperam melhorar as técnicas genéticas para tornar os rebanhos mais puros sob o ponto de vista genético. "Há muito o que fazer ainda nessa área. Os custos para essas pesquisas são os principais obstáculos e animais puros são caríssimos", explicou Toniollo.

Os óvulos não fertilizados que deram origem a Celebridade foram retirados de uma cabrita da raça saanen para serem congelados. A transferência para o útero de uma cabra da raça anglo nubiana ocorreu em março deste ano. O parto foi normal e durou 30 minutos. Durante todo o processo, a produção dos embriões foi a maior dificuldade encontrada pelos pesquisadores.

Os cientistas não conseguiram identificar a causa da degeneração dos embriões produzidos. "Foi necessária muita persistência. Na verdade, a degeneração dos embriões não foi resolvida", disse Toniollo. "Somente a partir de algumas tentativas que se conseguiu produzir o embrião que se desenvolveu e gerou a cabrita."

O grupo da Unesp-Jaboticabal é o mesmo que foi responsável pelo nascimento da bezerra Penta, o primeiro clone de células adultas obtido na América do Sul. Naquele experimento de 2002, liderado pelo professor Joaquim Garcia, o animal nasceu saudável, mas morreu após alguns meses. A morte muito provavelmente foi causada por problemas de imunodeficiência.

"Nosso grupo tem conseguido colaborar com o desenvolvimento da área de fisiopatologia da reprodução e biotécnicas aplicadas à reprodução, com muito sucesso", completou Toniollo.




Fonte: Terra

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