Wilson acusa PT de compra de voto

O candidato do PSDB à prefeitura de Cuiabá, deputado federal Wilson Santos, anunciou que finalmente acionará o PT na Justiça por abuso de poder econômico. Há três semanas, o deputado tem acusado a coligação “Amo Cuiabá” de comprar votos a R$ 50,00 e a R$ 100,00 desde o primeiro turno. Em entrevista à imprensa ontem, ele disse que encaminhará depoimentos que recebeu ao Movimento Cívico de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e ao Ministério Público Federal. Ele não apresentou documentos à imprensa. O candidato do PT, Alexandre Cesar, alegou desconhecer qualquer denúncia, mas que aguarda uma ação oficial do tucano.

“Vou alertar oficialmente essa escandalosa compra de votos. Temos dezenas de informações e provas”, atacou o candidato tucano. Wilson Santos disse que seu comitê tem recebido denúncias diariamente de eleitores que estariam sendo aliciados a votar no candidato do PT. “Eles fecham com a família inteira”, acusou. O parlamentar afirmou ter contatado o coordenador do MCCE, Antônio Cavalcante, “Ceará”, para informar as denúncias recebidas.

O candidato confirmou que abordará na representação o caso da “mala de dinheiro”. Ele não conseguiu explicar porque, apesar de reunir tantas provas, sua assessoria jurídica não deu entrada na ação até o momento. A primeira declaração pública de Wilson Santos sobre o abuso de poder econômico por parte do PT foi dada na TV Assembléia, no Programa Entrevista Coletiva, no dia sete de outubro.

Na entrevista, Wilson Santos afirmou que “um jatinho com um membro do alto escalão do PT teria pousado em Cuiabá, 48 horas antes das eleições, com malas e mais malas de dinheiro em notas de R$ 10 e R$ 50”. À época, o tucano disse que estava tentando descobrir o prefixo do avião para formalizar a denúncia. Questionado sobre a agressividade de sua campanha no segundo turno, Santos alegou que está rebatendo os ataques sofridos no processo eleitoral.

Na entrevista concedida ontem, o tucano alertou que seu adversário tem fugido dos debates. Cesar teria se ausentado dos debates promovidos pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), pela Univag e pelos colégios Expressão e São Gonçalo. A essa afirmação, Alexandre Cesar sustentou que sua agenda está totalmente comprometida e que não tem sido possível comparecer a todos os eventos aos quais é convidado.

O candidato do PT evitou repercutir as acusações de compra de voto contra o partido, sob o argumento de desconhecer qualquer procedimento formal do candidato adversário. Para o procurador, as denúncias feitas pela coligação encabeçada por Wilson Santos são reflexo do desespero. Cear reiterou que a coligação já interpôs uma representação contra o candidato por calúnia.