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Cultura
Segunda - 25 de Outubro de 2004 às 09:42

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Entre as obras do artista plástico Hélio Abreu, a viola-de-cocho, como tantos outros ícones da cultura regional, serve de pretexto para ele mostrar a nova realidade de sua cidade natal.

Sua visão está registrada nas telas que expõe na entrada do Hipermercado Modelo, na Avenida Miguel Sutil, até o final de outubro.

Este cuiabano passou algum tempo por outros lugares do país e há 1 ano e meio regressou. “Eu precisava retornar às minhas raízes. Daqui não saio mais”, comenta.

Em constante contato com outros artistas regionais, ele vem redescobrindo Cuiabá. Tem lido títulos de autores mato-grossenses e visitado espaços que guardam um pouco da memória local e agentes culturais, como a Academia Mato-grossense de Letras, a Biblioteca da UFMT e as secretarias Estadual e Municipal de Cultura.

Tudo que vem conhecendo acerca da evolução ele busca transpor em suas telas. “É importante ‘denunciar’ o crescimento mas, principalmente, buscar conservar as nossas raízes”, aponta Hélio. Assim, ele vai pincelando a história, a arquitetura e a fauna regional. O Pantanal e a ‘cuiabania’ têm sido temas constantes de seus quadros. “Quero contribuir com o resgate e conservação de nossa cultura, mesmo ao retratar o desenvolvimento”, diz ele.

Entre suas obras, o retrato em pinceladas em acrílica e óleo sobre tela, do amanhecer no Pantanal, de seu pôr-do-sol, o Corixo, a Arara, o Rio Cuiabá e a Avenida Getúlio Vargas, em 1954; a Casa Orlando (calçadão da Galdino Pimentel) e o Beco do Candeeiro no século 18.

Detalhista

Hélio Abreu acredita que um de seus diferenciais em relação a outros artistas está em seu gosto pelos detalhes. Para ir a fundo nos reais sinais do tempo, como em um de seus quadros da Cuiabá da época da exploração do ouro, no século 18, ele estuda a história regional.

O artista, por sua vez, teve sua participação, pelo menos no que diz respeito à área cultural. Há quase 30 anos vivenciando a arte, sua primeira exposição foi no foyer do Cine Teatro Cuiabá, em 1961, quando ainda era estudante do Colégio Estadual, hoje, Liceu Cuiabano. Na década de 70, formou-se em Belas Artes, em São Paulo. Ele também foi aluno da saudosa Dunga Rodrigues, quando era coordenadora de Arte.

Mais tarde, tornou-se publicitário e chegou a trabalhar em várias empresas de comunicação como a Editora Abril, Globo e em diversos jornais e revistas. Assim, viveu em várias cidades brasileiras.

Antes de voltar para Cuiabá, residiu por 18 anos na Amazônia. Tornou-se especialista em retratar nas telas toda a exuberância deste ecossistema. Agora, é a vez das belezas do cerrado, do Pantanal e do Centro Histórico Cuiabano.

Na década de 90 firmou um convênio com a Varig para promover a arte amazônica, em hotéis da Rede desta companhia aérea, como o Tropical Hotel Manaus. Com isso, muitas de suas obras foram adquiridas por turistas estrangeiros e seu trabalho já é conhecido em vários países da Europa e também, no Japão, Canadá e Estados Unidos, entre outros.





Fonte: Folha do Estado

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