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Economia
Quarta - 20 de Outubro de 2004 às 12:47

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Representantes da União Européia (UE) e do Mercosul se reúnem hoje (20), em Lisboa (Portugal), para tentar chegar a um acordo definitivo sobre a criação de uma zona de livre comércio antes de 31 de outubro de 2004, quando se expira o mandato da atual comissão, com a troca de comando do organismo. A reunião é entendida por especialistas como uma última chance, na atual conjuntura, para os dois blocos formalizarem o acordo.

De acordo com a Rádio França Internacional (RFI), o ministro do Comércio Exterior, François Loos, considera que a discussão de hoje será insuficiente. A França é responsável por um dos principais bloqueios da negociação, diz o noticiário da RFI, recusando-se a uma abertura maior sobre os subsídios agrícolas. Os europeus querem estabelecer um prazo de dez anos para a eliminação dessas cotas.

Ainda segundo a RFI, o ministro francês propõe que o Mercosul deve compreender que a União Européia é o seu maior comprador mundial de produtos alimentares, devendo agir como parceiro comercial e não como um grupo de países em desenvolvimento.

Conforme o noticiário da RFI, se não houver acordo, este será o segundo fracasso do comissário para o Comércio Internacional do organismo, Pascal Lamy, depois da Cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún (México), em setembro do ano passado. l Lamy deixa as suas funções no próximo dia 31.

Em entrevista à Rádio França Internacional, o embaixador brasileiro, Mário Vilalva, diretor-geral da Promoção Comercial do Itamarary, que está em Lisboa para a reunião, analisou que essa troca de comando na comissão não afeta as negociações na medida em que as posições são conhecidas como elas existem hoje. “O que é importante é que nós possamos evoluir positivamente nas nossas posições”, avaliou.

A troca de pessoas, para Vilalva, pode ser positiva porque pode trazer novos ingredientes para as negociações - ares novos, pontos de vista novos e curso de ação novo que possam facilitar os entendimentos entre as partes. “Hoje, por exemplo, nós temos o ex-primeiro ministro de Portugal Durão Barroso na União Européia", lembrou o diplomata, destacando que trata-se de um amigo do Brasil - o seu pai era nascido no Brasil. Segundo Mário Vilalva, ele tem interesse e defende o Brasil no contexto da União Européia.

O embaixador brasileiro afirmou que há a expectativa de novas propostas, na medida em que as feitas na última etapa das negociações foram decepcionantes. “Nós temos uma posição clara e queremos fazer valer os nossos interesses, assim como os europeus querem fazer valer os interesses deles”, disse Vilalva.




Fonte: Agência Brasil

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