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Politica Brasil
Sábado - 16 de Outubro de 2004 às 07:14

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Os bancários de Florianópolis decidiram em assembléia geral da categoria, realizada na tarde desta sexta-feira, pelo retorno ao trabalho, a partir de segunda-feira. A deliberação foi aprovada por mais de 380 trabalhadores no auditório da Catedral Metropolitana, na capital.

No 31º dia do movimento, os bancários em greve decidiram por uma trégua no movimento. "A categoria decidiu pelo retorno ao trabalho, mas não pelo fim da mobilização. A campanha salarial continua e a nossa pressão junto aos banqueiros também", disse o presidente do Sindicato, Rogério Soares Fernandes.

Uma nova assembléia geral acontecerá na próxima quinta-feira, dia 21, às 18h30 no auditório da Catedral Metropolitana.

Nesta data os bancários vestirão preto numa manifestação de protesto pela intransigência da Caixa, Banco do Brasil e governo federal.

No retorno ao trabalho os bancários aprovaram que não se faça hora-extra à exceção daquela que seja necessária ao atendimento da população e ainda, que não haja venda de produtos do Banco do Brasil e da Caixa.

Os bancários deliberaram também pela não aceitação de qualquer tipo de retaliação por parte da direção do BB e da Caixa.

Proposta - Os bancários reivindicam 19% de reajuste, abono de R$ 1.500, PLR de um salário mais R$ 1.200 e o não desconto dos dias parados. A proposta rejeitada pelos bancários previa reajuste salarial de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500 - o que implicaria em reajustes de até 12,77% e aumento real de 5,75%.

Para os que ganham acima de R$ 1.500, o reajuste sugerido era de 8,5%, assim como para as demais verbas de natureza salarial como vales alimentação, refeição e auxílio-creche.

O INPC do período foi de 6,64%. A proposta previa Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 80% do salário mais R$ 705 e pagamento de vale-alimentação extra de R$ 217. Também foram rejeitados avanços em questões específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Filas - No primeiro dia de atendimento, após um mês de greve, as agências da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB) registraram um movimento muito acima do normal, com grandes filas e atendimento demorado.

Apesar do esquema especial de funcionamento adotado pela maioria das agências da Caixa, houve quem levasse mais de cinco horas para ser atendido.

Em algumas agências, o atendimento começou às 9:00 e terminou no início da noite de hoje.

Na Caixa, funcionários da parte administrativa foram deslocados para o atendimento. Segundo o Superintendente de Negócios em Brasília, Hermínio Basso, o esquema especial, iniciado hoje, vai durar até que a demanda seja normalizada.

Sobre a demora no atendimento, Basso informou que todas as pessoas que chegam às agências recebem uma previsão do horário em que serão atendidas. Os usuários da Caixa também podem agendar o atendimento pelo telefone 0800.574.0101.

Já o Banco do Brasil, por meio de sua Assessoria de Imprensa, informou que não foi montado nenhum esquema especial para o público, já que o banco não registraria demanda para isso. O tempo médio de atendimento nas principais agências do BB tem sido de uma hora.

Apesar dos transtornos causados pela greve, a maioria das pessoas não reprovou o movimento dos bancários. Carlos Cristiano Crispim perdeu o emprego há quase um mês e, durante todo o período da greve dos bancários, ficou sem dinheiro, porque não podia sacar o seguro desemprego. "Mesmo tendo sido prejudicado, eu acho que eles (bancários) devem reivindicar o direito deles", afirmou.

O impasse entre banqueiros e bancários deverá terminar até a semana que vem, quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julga o dissídio coletivo da categoria. Numa tentativa de solucionar o problema antes do julgamento, os bancários, por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito, (Contec), entrariam com uma proposta no TST ainda hoje.

Pela proposta, os bancários pediriam um adicional de R$ 30,00 para quem ganha até R$ 1.500, abono salarial de R$1.000,00 para quem recebe até R$ 1.000,00 e não teriam os dias parados descontados. O reajuste de 8,5% proposto pelos banqueiros deve ser mantido, já que a questão, segundo o presidente da Contec, Lourenço Prado, não seria tratada na proposta. "No entanto esperamos que esse índice seja, ao menos, um ou dois por cento maior", disse.

Caso o TST não aprove a proposta antes do julgamento do dissídio coletivo, marcado para quinta-feira da semana que vem, vai valer o que o Tribunal decidir. "A nossa expectativa (pela aprovação) é positiva, porque o funcionalismo da Caixa e do Banco do Brasil está sem reajuste salarial há muitos anos e tem perdas salariais acumuladas muito grandes", avaliou Prado.




Fonte: Invertia

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