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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Segunda - 11 de Outubro de 2004 às 17:50
Por: Alister Doyle

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Um inexplicável aumento na quantidade de gás carbônico desde 2002 pode levar a uma aceleração do aquecimento global, se a elevação virar uma tendência, disseram cientistas na segunda-feira.

Eles afirmaram, no entanto, que o salto registrado nos últimos dois anos parece mais uma anomalia relacionada a eventos como os incêndios nas florestas da Sibéria ou o calor exagerado na Europa em 2003, do que um sinal de mudança climática descontrolada ligada às intervenções humanas no sistema climático.

"Houve dois anos em que o aumento de dióxido de carbono (CO2) foi mais rápido que a média", disse Richard Betts, administrador de Impactos Climáticos e Ecossistema do Centro Hadley, na Grã-Bretanha.

"Não precisamos nos alarmar por causa disso... Se durar mais de cinco anos, podemos começar a nos preocupar", acrescentou.

Os níveis de dióxido de carbono aumentaram mais de 2 ppm (partes por milhão) nos últimos dois anos, em comparação com uma média de 1,5 ppm. O gás é o principal culpado pelo efeito estufa e o aumento das temperaturas.

Os cientistas disseram que a elevação foi menor no hemisfério sul.

O ritmo do aumento nos dois últimos anos é mais rápido do que o calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em suas previsões para o ano 2100, baseadas no uso crescente de combustíveis fósseis como carvão, óleo e gás pelo homem. Altas temperaturas poderiam levar a um fenômeno de desertificação e a uma subida no nível do mar.

Um outro temor é que uma quantidade maior de emissões do gás, por carros, indústrias e usinas, pode estar desregulando a capacidade do planeta de absorver o CO2. No pior dos casos, isso poderia levar a um aquecimento descontrolado.

"Esses resultados são preocupantes, e indicam que a batalha global contra a mudança climática pode ser ainda mais dura do que pensávamos", disse Cathrine Pearce, membro da organização internacional Amigos da Terra.

"É um sinal preocupante", acrescentou Steve Sawyer, diretor de políticas climáticas do Greenpeace.

O protocolo de Kyoto, que deve entrar em vigor nos próximos meses com a entrada da Rússia, obriga as nações desenvolvidas a cortar suas emissões de dióxido de carbono em 5,2 por cento em relação aos níveis de 1990 dentro do período de 2008 a 2012.




Fonte: Reuters

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