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Saúde
Quinta - 07 de Outubro de 2004 às 14:27

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O estresse pode causar danos "devastadores" no cérebro dos bebês desde sua fase embrionárias até os primeiros anos de vida, segundo foi divulgado hoje no II Congresso Internacional sobre o Cérebro Humano que acontece em Roma. A questão foi levantada pelo psiquiatra americano Martin Teicher, da Harvard Medical School, que assegurou que 20% entre crianças e adolescentes são afetados por algum tipo de doença cerebral, um número que pode aumentar para mais de 50% em 2020.

Por trás destas doenças está freqüentemente o estresse, assegurou Teicher, que advertiu que em algumas ocasiões este mal pode ser constatado inclusive na fase embrionária, com conseqüências "desastrosas" para o cérebro.

Uma equipe de investigadores dirigidos pelo psiquiatra realizou vários estudos, nos quais comprovou as maléficas conseqüências do estresse sobre animais, mas "também existem evidências dos prejuízos ao homem", assegurou Teicher. Os experimentos "mostraram que o estresse pré-natal e pós-natal, causado pela negação de afeto materno, por exemplo, influem notavelmente no desenvolvimento do cérebro", explicou.

Assim, os testes permitiram a comprovação de que a falta de atenção materna tem, a longo prazo, efeitos concretos sobre o desenvolvimento da estrutura periférica do cérebro, do córtex e de algumas partes do cerebelo.

Teicher insistiu na necessidade de que os progenitores mostrem carinho ao bebê através de gestos e carícias, já que isso "contribui de modo fundamental para a capacidade que o bebê terá quando crescer para reagir ao estresse na vida futura". "Já os bebês abandonados ou negligenciados por seus pais mostram respostas excessivas e irregulares ao estresse", além de disfunções neurológicas "que na idade adulta podem levar à depressão e ao estresse pos-traumático".

O conselho do psiquiatra foi claro: é necessário "brincar com os filhos, animá-los e motivá-los, o excesso de reprovações nunca é positivo, embora provenha da vontade de educar melhor a criança". "A sensação de abandono por parte da criança não está tão ligada à quantidade de tempo que se passa com ele, mas à sintonia que se mantenha entre mãe e filho nos momentos nos quais estão juntos", concluiu.

O II Congresso Internacional sobre o cérebro humano, organizado pela Fundação Santa Lúcia, acontece na capital italiana até o próximo sábado e conta com a presença de cientistas como a vencedora do Prêmio Nobel de Medicina Rita Levi Montalcini.




Fonte: EFE

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