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Nacional
Quarta - 06 de Outubro de 2004 às 17:35

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Combater o tráfico de seres humanos é uma das prioridades do governo federal, afirmou hoje o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, durante lançamento de campanha nacional, em Goiânia.

Segundo o ministro, para enfrentar o crime é preciso trabalhar com sofisticação e redes de informação. “É um crime que tem que ser tratado de forma diferenciada porque é sutil e, muitas vezes, disfarçado por outras práticas legais”, disse.

Goiás foi escolhido para ser o local de lançamento da campanha por ser um dos principais pontos de partida de mulheres que vão ao exterior e são exploradas sexualmente, de acordo com diagnóstico realizado pelas Nações Unidas. A campanha é promovida pelo Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC).

Uma das ações da campanha é capacitar os agentes públicos para lidar com o problema. O Ministério da Justiça vai oferecer treinamento para juízes, promotores, policiais, advogados e profissionais que atuarão no escritório de atendimento psicossocial às vítimas do tráfico de seres humanos. A expectativa é que o escritório comece a funcionar em Goiânia até o final deste mês.

“São muitas armas. Treinamento de pessoas, combate repressivo duro e forte. Estabelecimento de uma rede de cooperação internacional como nós estamos fazendo. O Brasil pretende fazer tratados de cooperação em matéria de processo penal e de combate ao crime com 50 países até o fim do mandato do presidente Lula”, ressaltou o ministro

Para o ministro, é preciso reconhecer que as mulheres levadas pelo tráfico não são cúmplices de um crime, mas vítimas indefesas e enganadas. “Vamos fazer tudo o que for preciso para acabar com este crime, que é nefando (perverso) e hediondo”, disse.

A campanha vai distribuir material informativo em aeroportos e nas superintendências da Polícia Federal, além da veiculação de programas de rádio.

As ações serão intensificadas em Goiás, no Ceará - estados onde o número de mulheres enviadas ao exterior também é preocupante - e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, principais pontos de saída das vítimas pelo fato de abrigarem os maiores aeroportos internacionais do país.

O Ministério da Justiça e o UNODC também desenvolverão um banco de dados no formato de portal interativo na Internet. A Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal já está apta para o atendimento às vítimas ou familiares delas pelos telefones: (61) 311-8705 e 311-8270.

As ações do governo brasileiro de combate ao tráfico internacional de pessoas fazem parte de um amplo projeto desenvolvido em parceria com o UNODC. Segundo a ONU, o tráfico de seres humanos é uma das atividades mais rentáveis do crime organizado, com uma movimentação financeira estimada em US$ 9 bilhões de dólares por ano.




Fonte: Agência Brasil

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