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Economia
Quarta - 29 de Setembro de 2004 às 11:49

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As cifras são volume que deixou de ser movimentado nas madeireiras de Sinop; Estado também perdeu.

Cerca de R$ 1 milhão deixou de ser movimentado pelas 270 madeireiras de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), durante três dias de apagão. No último dia 22, um vendaval derrubou quatro torres de transmissão de energia da Eletronorte, entre os municípios de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, 21 cidades ficaram por quase 60 horas com o fornecimento interrompido.

Segundo o superintendente dos Sindicatos dos Madeireiros do Norte de Mato Grosso, Américo Bertile, esta é apenas uma estimativa, "pois os prejuízos são maiores do que se pode calcular", aponta. Cerca de 80 carretas deixaram de ser carregadas com madeira neste período, e consequentemente, matéria-prima que deixou de ser transportada.

"Os prejuízos se estendem aos cofres do Estado. Acredito que deste R$ 1 milhão, cerca de R$ 220 mil a R$ 300 mil ficaram sem ser recolhidos pelo Estado, na forma de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Vale ressaltar que estamos falando apenas de Sinop, que é o pólo da atividade, mas temos municípios como Vera, Feliz Natal, Cláudia, Marcelândia, União do Sul e Colíder, por exemplo, que também processam a madeira e deixaram de produzir por falta de energia. Por isso afirmo que o prejuízo está além das cifras", observa Bertile.

O superintendente destaca que durante o apagão, apenas 10% das 270 empresas conseguiram manter o funcionamento, ainda que parcial. "Destes 10%, todas operam com 50% de ociosidade", relembra Bertile. Ele completa que grandes industrias, como as laminadoras, que possuíam geradores próprios, "não tinham energia suficiente para operar 10% da capacidade e preferiram fechar, até que a situação fosse normalizada".

Outro fator que deverá impactar as industrias a curto prazo é com relação aos pagamentos.

"Foram três dias de paralisação total para os pequenos e médios empresário do setor (serrarias), mas para todos vão incidir os custos fixos dos 30 dias de trabalho, como por exemplo, no pagamento dos funcionários, independentemente de estarem ociosos por três dias", observa Bertile.

O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer, acredita que neste quinta-feira, deverá ter números mais precisos, após uma reunião de diretoria. "Quem conseguiu transferir sua fonte de energia para o óleo diesel, deverá sim, ter acréscimo de custos, mas por enquanto não sei mensurar estes valores", explica.

Um outro aspecto abordado pelo presidente, é que a falta de energia também deverá onerar os custos com irrigação de mudas dos viveiros. Particularmente, Langer, substituiu sua fonte de energia para não prejudicar as quatro mil mudas que possui. Elas são utilizadas para projetos de reflorestamento, recuperação de matas ciliares, ornamentação e frutíferas.




Fonte: Diário de Cuiabá

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