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Politica Brasil
Quarta - 15 de Setembro de 2004 às 14:18
Por: Marcy Monteiro Neto

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Um laudo da Polícia Federal comprova uma negociação feita entre uma factoring do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e o comitê eleitoral do PSDB. Oitenta e quatro cheques envolvendo o partido e a Vip Factoring foram detectados na perícia feita em um computador apreendido na empresa durante a operação Arca de Noé. |

O ex-governador Dante de Oliveira, que em 2002 candidatou-se ao Senado Federal e não conseguiu se eleger, negou qualquer envolvimento com as factorings de Arcanjo. Dante disse que não vai se pronunciar sobre o assunto e que os advogados dele vão analisar o caso. O ex-governador, que é presidente do diretório estadual do PSDB, disse desconhecer o laudo.

"Não há nada, absolutamente nada que me incrimine", disse Dante ao sair de uma audiência na Justiça Federal, onde depôs como testemunha de Jader Barbalho em um processo que investiga crime contra o sistema financeiro nacional (veja matéria na mesma página).

Fofoca

Questionado se houve, em algum momento, negociações entre o PSDB e as factorings de Arcanjo, Dante negou novamente. "Nunca houve. Desconheço esse laudo", disse, para depois completar que já prestou depoimento no Ministério Público Federal sobre o assunto. "Já disse que podem vasculhar minha vida como quiser. (...) Abri mão do meu sigilo bancário, sigilo fiscal, sigilo patrimonial, que aliás é muito pequeno. Podem vasculhar minha vida", desabafou o ex-governador. Ele alegou que tais denúncias podem ter uma conotação política. "Pode ser. Não vou acusar, mas pode ser", ressaltou Dante, insinuando que tais fatos são fofocas que surgem às vésperas de eleições.

Laudo

De acordo com o laudo da Polícia Federal, em um arquivo encontrado no computador da factoring constam os números de 84 cheques que foram negociados entre a empresa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e o PSDB. O laudo aponta também os valores dos cheques e os respectivos sacados.

Explicação

Lourival Ribeiro, tesoureiro do comitê financeiro do PSDB durante a campanha de 2002, disse que a operação realizada entre o partido e a Vip Factoring foi legal. Os cheques teriam sido recebidos pelo comitê como verba resultante de um evento realizado pelo PSDB para arrecadar fundos para o partido. Como os cheques eram pré-datados, o partido resolveu trocá-los na factoring para usar o dinheiro durante a campanha.




Fonte: Folha do Estado

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