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Saúde
Segunda - 30 de Agosto de 2004 às 17:19
Por: JESIEL PINTO

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Desde o dia 26 de abril deste ano funciona, nas dependências do complexo do Cermac - Centro Estadual de Referencia de Média e Alta Complexidade -, um Ambulatório de Terapia Sexual. O centro trata de problemas sexuais como ejaculação precoce, disfunção erétil, frigidez, anorgasmia (falta de orgasmo), vaginismo e outros problemas. O Cermac fica na rua Togo Pereira, número 63, esquina com avenida da Prainha, no bairro do Porto, em Cuiabá.

A responsável pela prestação do serviço, psicóloga e terapeuta sexual Carla Cristina de Paiva, avisou que o atendimento é feito de acordo com a rotina usual do SUS: o paciente procura um posto da rede básica de saúde, onde um médico afasta as possibilidades de o problema ter uma causa orgânica, daí encaminha esse paciente por meio da Central de Regulação agendando uma consulta com a terapeuta sexual no Cermac. O tratamento pode durar até seis meses, as sessões de tratamento duram 60 minutos e o retorno é agendado a cada sessão, automaticamente.

A disfunção sexual ocorre quando há uma falha no ciclo desejo-excitação-orgasmo, uma vez tendo sido eliminadas as prováveis causas orgânicas. "É um conjunto de técnicas comportamentais que vão tratar essas falhas", explicou Carla Cristina. "Às vezes uma educação repressiva pode ser a responsável pelo problema. Daí teremos que aplicar um programa de orientação sexual para eliminar os traumas", disse ela.

A terapeuta sexual disse que o problema independe de classes sociais. "Com a vida agitada que levamos, uma batalha de sobrevivência, as disfunções sexuais são comuns a ricos e pobres", explicou. E garantiu: "90 por cento dos problemas de satisfação sexual, especialmente no caso da ejaculação precoce acontecem devido a causas psicológicas.

Essas causas vão da ansiedade que cerca a relação sexual a hábitos que podem causar desvios como a prática excessiva de auto-estimulação (masturbação), estimulação de menos, vícios de educação sexual e baseada em desinformação", explicou a terapeuta sexual.

Carla Cristina informou que existe uma ocorrência grande desses problemas, mas que a procura pelo tratamento é pequena. Alguns motivos para isso incluem o fato de que o assunto sexo continua sendo tabu em conversa com estranhos, "especialmente quando envolve a confissão de problemas que atrapalham a realização plena", disse ela.

O desconhecimento do próprio corpo, a falta de diálogo, o machismo (quando o homem não aceita discutir a questão com a esposa) também foram apontados pela terapeuta sexual como fatores desestimulantes para a terapia. "Um número preocupante de tratamento é interrompido quando chega à fase em que a questão precisa ser analisada na presença do casal", reconheceu. Carla Cristina de Paiva é psicóloga e terapeuta sexual, membro da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana, na qual representa Mato Grosso.




Fonte: Ses-MT

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