Enfermeiro detido na Alemanha pode ter matado 80 idosos

A polícia alemã, que está investigando um enfermeiro depois de ele ter admitido o assassinato de 10 pacientes idosos com injeções letais, verifica a possibilidade de o suspeito ter provocado outras 70 mortes, disseram as autoridades na quinta-feira.

O enfermeiro de 25 anos, cujo nome não foi divulgado, trabalhava em um hospital da cidade de Sonthofen (no sul do país) e confessou ter matado dez pacientes com mais de 60 anos porque não conseguia suportar vê-los "se consumindo" em dor, afirmaram a polícia e promotores.

A polícia está checando se as vítimas estavam muito doentes. O enfermeiro foi detido na semana passada sob suspeita de ter roubado grande quantidade de um tranquilizante e de um relaxante muscular. As duas substâncias, quando combinadas, são fatais.

Três corpos foram exumados de cemitérios na quinta-feira, disse Peter Koch, porta-voz do gabinete da Promotoria em Kempten.

"Exames forenses estão sendo feitos, mas os resultados só sairão daqui a várias semanas", disse Koch.

"Depois de checarmos a rotina de trabalho dele e as mortes ocorridas na seção do hospital de Sonthofen, onde ele trabalhava, estamos verificando outras 70 mortes, além das dez sobre as quais já tínhamos conhecimento", afirmou a Promotoria.

Segundo os promotores, por enquanto não havia indícios de que alguma dessas 70 pessoas foi assassinada. A investigação foi ampliada, porém, devido à grande quantidade de drogas roubadas.

Os dez pacientes mortos eram seis mulheres com idades entre 70 e 89 anos e quatro homens com idades entre 60 e 88 anos.

Se for confirmado que outros 70 idosos foram mortos, esse seria o maior caso de assassinatos em série da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Também lembraria o caso do médico britânico Harold Shipman, apelidado de "Doutor Morte" por ter matado ao menos 215 de seus pacientes. Shipman se enforcou em janeiro sem nunca ter contado o motivo de seus crimes.