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Economia
Terça - 06 de Julho de 2004 às 14:18
Por: Carlos Martins

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Diretores da multinacional italiana CNH (Case & New Holland) e o governador Blairo Maggi se reuniram na manhã desta terça-feira (06.07) no Palácio Paiaguás para dar andamento as conversas iniciadas na China sobre a importação de tratores apropriados para a agricultura familiar. No final de maio, durante visita a China, Maggi, secretários de Estado e empresários visitaram uma joint-venture que a CNH mantém em Beijin com uma empresa chinesa em Xangai. A importação ou fabricação de tratores de 50 HP a 80 HP a preços bem mais em conta poderia impulsionar a agricultura familiar não só em Mato Grosso como em todo o país. Em Mato Grosso pelo menos 150 mil famílias estão envolvidas com a agricultura familiar. Além delas, estima-se que existam em torno de 20 mil famílias acampadas.

Na China, a CNH por meio da joint-venture fabrica anualmente cerca de 20 mil tratores, boa parte deles destinado à agricultura familiar chinesa. São tratores de 75 HP a um custo entre US$ 5 mil e US$ 6 mil. No Brasil, um equipamento similar fica entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. No encontro que o governador Blairo Maggi manteve em seu gabinete com o diretor comercial da CNH Latin América Ltda – com fábrica em Curitiba (PR) – se discutiu o processo de fabricação do trator que passa pelas questões industriais, tributárias e também a respeito da demanda. O governador Blairo Maggi deverá discutir o assunto sobre a tributação (que pode facilitar a aquisição do trator) num futuro encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “As discussões com a CNH e o governo implicam também a viabilidade de se fabricar aqui ou importar os tratores”, explicou o diretor comercial da empresa, Francesco Pallaro.

“A parceria com a CNH é estratégica diante da vasta rede de revenda que a empresa mantém em Mato Grosso, que garante a venda de peças, equipamentos e assistência técnica, o que seria a primeira condição para a importação dos tratores”, disse o secretário desenvolvimento Homero Pereira, que acompanhou a reunião ao lado do secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato e do diretor-presidente da MT Fomento (Agência de Desenvolvimento de Fomento do Estado de Mato Grosso), Éder de Moraes Dias. Pereira e Vettorato participaram da comitiva do governador e visitaram a fábrica da CNH em Xangai.

A fábrica da CNH em Curitiba já vem fazendo testes com tratores importados da China. O objetivo é verificar as necessidades de adaptações para o tipo de terreno no país. Os modelos que vierem a ser importados ou fabricados no Brasil devem também ser adaptados os implementos agrícolas que são acoplados ao trator. E a utilização de implementos produzidos no país também será avaliada. Paralelamente será conduzido um trabalho em mato grosso envolvendo Banco do Brasil e órgãos do governo como Empaer e Indea para identificar a demanda pelos tratores. Isso fornecerá subsídios para estruturar um programa piloto envolvendo o Governo do Estado, CNH e produtores. “É claro que é um processo que leva tempo. Mas se emplacar dá um programa nacional liderado pelo Mato Grosso”, disse o secretário Homero Pereira.

“A indústria [CNH] também está discutindo internamente a melhor estratégia, para que no momento de uma decisão tudo seja feito de pé no chão, bem estruturado, de tal forma que não possa trazer frustração como já aconteceu no passado quando se importou trator e isso não será feito em Mato Grosso. Quando o programa for lançado, será duradouro”, enfatizou o secretário Homero Pereira. Após a bateria de testes com os tratores importados da China, será agendada nova reunião entre o Governo do Estado e diretores da CNH para discutir o avanço do programa.

A sede da CNH, em Racine, Estado de Wisconsin, Estados Unidos, foi visitada em dezembro do ano passado pelo governador Blairo Maggi. Fabricante de tratores e colheitadeiras de soja e algodão, a CNH é resultado da fusão da Case IH e da New Holland. São 43 fábricas de máquinas e equipamentos espalhadas pelos cinco continentes. Duas, delas, no Brasil. Com faturamento de US$ 10 bilhões, o conglomerado emprega 170 mil funcionários diretos. A empresa e suas joint-ventures operam em 160 países e tem uma rede de aproximadamente 6,1 mil concessionários e distribuidores. A Case atua também na fabricação e distribuição de equipamentos agrícolas e para construção. A companhia vende produtos em 150 países por meio de uma rede de aproximadamente 4,9 mil revendedores e distribuidores independentes. No Brasil, a New Holland instalou sua fábrica em 1975 na Cidade Industrial de Curitiba e hoje a unidade é a terceira maior da holding no mundo.




Fonte: Secom - MT

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