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Politica Brasil
Domingo - 23 de Maio de 2004 às 11:04
Por: Romilson Dourado

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Preocupado com a estrutura financeira de campanha para o projeto à reeleição, em 2006, o empresário e governador Blairo Maggi revela que pretende trocar o PPS por uma legenda maior. Acontece que com o financiamento público de campanha, ponto mais revolucionário da reforma política, Maggi, se continuar na agremiação socialista, só poderá gastar R$ 200 mil, 1,6% dos R$ 10,3 milhões que investiu para se eleger governador, sendo mais de R$ 6 milhões tirados do próprio bolso.

Perguntado sobre o assunto, Maggi sorriu e preferiu não comentar. Alegou apenas que deverá se filiar a um partido melhor estruturado para ter maior visibilidade e abertura para participar e interferir nos debates de temas nacionais. O PSDB seria o que mais perde, enquanto o PT deve ser o maior beneficiado com a divisão de recursos.

O financiamento público de campanhas eleitorais deve ser votado este ano para ser usado na sucessão em 2006. Pela proposta, a União destinaria cerca de R$ 797 milhões do Orçamento Geral aos partidos. Com isso, o candidato majoritário ficaria proibido de receber dinheiro de pessoas físicas, jurídicas ou de partidos, sob pena de cassação do registro. Nas eleições de 2002, as doações de empresas e pessoas físicas somaram R$ 759 milhões -ver quadro abaixo.

Maggi seria o mais prejudicado de todos os governadores eleitos em 2002, em cálculos proporcionais. Ele gastou R$ 10,3 milhões somente na campanha. Com o financiamento público e considerando os R$ 28,3 milhões a que o PPS teria de verba pública, o governador mato-grossense teria R$ 200 mil, 1,6% do que gastou para se eleger.

Para o relator do projeto de reforma política, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), as novas regras resultariam numa melhor distribuição do dinheiro entre os Estados. Também extinguiriam as campanhas milionárias, tornando a disputa mais equilibrada. Atingiriam o caixa de candidatos que detêm poderio econômico e também vários partidos.

Numa análise pessoal, Marli Osorski, chefe de seção de contas eleitorais e partidárias do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT), afirma não acreditar que o financiamento público de campanha venha evitar o abuso do poder econômico. Segundo ela, na prática, a fiscalização dos gastos numa campanha eleitoral se torna complexa e exigiria, para ter maior controle, a atuação de uma grande equipe da Justiça Eleitoral. Há risco de candidatos montarem espécie de caixa 2.




Fonte: A Gazeta

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