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Saúde
Terça - 16 de Março de 2004 às 12:58

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Um tipo de tuberculose resistente a medicamentos está se espalhando pelo Leste Europeu e pela Ásia Central, informou nesta segunda-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo um relatório da organização, 6 das 10 áreas críticas da Tuberculose Multirresistente (MDR-TB) se encontram em países do antigo bloco soviético: Estônia, Cazaquistão, Letônia, Lituânia, Rússia e Uzbequistão.

A resistência de novos pacientes com tuberculose aos medicamentos pode chegar a 14% em algumas regiões destes países, que enfrentam um desafio duplo, com a rápida disseminação do vírus HIV. Pessoas com o sistema imunológico comprometido são altamente vulneráveis a todas as formas de tuberculose.

"A tuberculose multirresistente a medicamentos é uma questão urgente de saúde pública nos países da União Soviética", disse Mario Raviglione, diretor do departamento de combate à tuberculose da OMS ("Stop TB").

"É interesse de todo país apoiar o controle do rápido crescimento da tuberculose se quiser controlar a tuberculose multirresistente. O controle de passaportes não deterá a resistência a medicamentos, mas investimentos na prevenção global da doença, sim", continuou.

Os outros quatro países que combatem o fenômeno crescente são China, Equador, Israel e África do Sul. Na China, onde tem aumentado o número de casos registrados de HIV, duas províncias revelaram que um em cada 10 novos pacientes admitidos com tuberculose teve resultado positivo para cepas resistentes a remédios. "(Mas) altos níveis similares de resistência podem existir em outras partes" do país, pois apenas seis de suas 23 províncias foram incluídas no estudo.

A MDR-TB é causada por uma cepa da bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose, resistente aos antibióticos Isoniazid e Rifampicin, normalmente usados para combater a doença. A resistência a medicamentos é provocada normalmente pelo tratamento incompleto com antibióticos. As bactérias que sobrevivem à terapia têm boas chances de se desenvolver e reproduzir em cepas resistentes a estes medicamentos.

Por isso a OMS e outras agências promovem a chamada política de tratamento "DOTS" (Observação Direta de Tratamentos), na qual os pacientes são cuidadosamente monitorados para ver se tomam toda a medicação. Segundo números da organização, a cada ano surgem 300 mil novos casos de tuberculose multirresistente em todo o mundo.

Em 79% dos casos, as bactérias são classificadas como supercepas, ou seja, são resistentes a pelo menos duas das quatro principais drogas antituberculose.

Tratar a tuberculose comum através de uma terapia de seis meses de antibióticos custa cerca de US$ 10, mas tratar a tuberculose resistente é centenas de vezes mais caro e "a cura não é garantida", advertiu a OMS.

O relatório, Resistência a Drogas Antituberculose no Mundo, é o terceiro realizado sobre o assunto. Ele se baseou em informações coletadas junto a mais de 67 mil pacientes em 77 países e regiões.




Fonte: AFP

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