Estiagem histórica: nível do Sistema Cantareira volta a cair e chega a 13,8% Sucessivos recordes negativos aumentam preocupação com sistema de abastecimento

O nível de água do Sistema Cantareira voltou a cair pelo quinto dia seguido. De acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), nesta sexta-feira (28), o Cantareira registrou 13,8%, o pior indice da história do reservatório. Na sexta-feira (21) passada, o nível do reservatório estava em 14,5% e subiu para 14,6% no fim de semana. No entanto, a pequena alta não se manteve. No mesmo período do ano passado o Cantareira contava com 61,9% de água.

No último sábado (22), Dia Mundial da Água, o R7 ouviu especialistas que explicaram que, além do problema climático, o desperdício de água, seja por mau uso ou por vazamentos na rede, piorou a situação de seca no sistema Cantareira. Segundo um estudo de 2011 do Instituto Trata Brasil, 36% da água tratada não é aproveitada na capital paulista.

O governo do Estado corre para finalizar obras que vão utilizar o chamado "volume morto" das represas, como alternativa para evitar o racionamento de água na Grande São Paulo e na capital paulista.

Além disso, o governo antecipou a apresentação de um projeto previsto para 2020: a interligação de duas represas, uma integrada ao Sistema Cantareira e outra no rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba. Se autorizadas pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), as obras poderiam começar em até quatro meses e durariam 14 meses. O objetivo é garantir água sempre que o nível do Cantareira ficar abaixo de 35%, o que não costuma acontecer.