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Economia
Quinta - 11 de Junho de 2015 às 11:29

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (11), em Bruxelas, que a inflação "preocupa bastante" e tem de ser derrubada "logo". Segundo a petista, o Brasil "não pode e não vai" conviver com uma alta taxa de inflação.

A inflação oficial do país, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,74% em maio, informou nesta quarta (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para o mês desde 2008, quando ficou em 0,79%. O índice foi puxado principalmente pela conta de luz e pelos alimentos.

Nos últimos 12 meses, o índice atingiu 8,47% – maior taxa para 12 meses desde dezembro de 2003, quando foi de 9,3%, e mais do que nos 12 meses imediatamente anteriores, quando foi de 8,17%. Em abril, a variação foi de 0,71% – a menor taxa entre os meses de 2015. Em maio de 2014, o IPCA havia registrado taxa de 0,46%.

"[A inflação] preocupa bastante, porque inflação é um objetivo que temos de derrubar, e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com taxa alta de inflação. Não pode e não vai", ressaltou a chefe do Executivo em uma entrevista coletiva concedida durante durante a II Cúpula União Europeia – Celac, na capital da Bélgica.

Nesta quarta (10), em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, declarou que o comportamento dos preços tem de ser acompanhado o “tempo inteiro”. Segundo ele, ter uma inflação baixa protege as pessoas de menor renda.

“A gente tem que trazer a inflação para 4,5% [meta central para este ano e para 2016]. Uma inflação alta cria incertezas, ela inibe os investimentos além de ser uma forma que em geral as pessoas com menor renda acabam tendo um impacto maior na vida delas do que nas outras”, observou o titular da Fazenda.

Consumo
Apesar da escalada da inflação, a presidente da República defendeu que a população continue consumindo. Na avaliação da petista, a inflação neste ano é "atípica", "fruto de várias coisas".

Ela disse que um dos motivos da elevação dos preços no país é a estiagem que atinge algumas regiões. A seca, destacou Dilma, afetou o preço dos alimentos.

"Não acho que a população tem de consumir menos. Pelo contrário, a população tem de continuar consumindo. A inflação neste ano é atípica. Ela é fruto de várias coisas. Nós continuamos com dois problemas. Um é a seca. A seca atingiu de forma absolutamente atípica o Brasil", disse a presidente.

'Marola'
Dilma Rousseff também disse nesta quinta que a "marola" que o Brasil enfrentou com a crise econômica internacional de 2008 se acumulou e virou uma "onda". Ela fez o comentário ao ser indagada sobre se os efeitos da crise americana no Brasil ainda eram uma "marolinha", como havia classificado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Para nós, naquele momento [em 2008], foi, sim, senhor [uma marola]. Óbvio. Depois, a marola se acumula e vira uma onda", disse Dilma.

À época, a declaração de Lula de que, nos Estados Unidos, a crise era um "tsunami" e se chegasse ao Brasil seria "uma marolinha que não dá nem para esquiar" gerou polêmica. O próprio Lula, dois anos depois, reclamou ter sido "esculhambado" por conta da fala.

Dilma afirmou nesta quinta que, na opinião dela, não há uma bolha de crédito no país e "um sistema financeiro com problemas", como havia nos Estados Unidos nos anos que antecederam a crise de 2008.

Eu acredito tbm que o ajuste fiscal nosso, que não é estrutural, não temos uma blha de crédito, não tem sistema financeiro com problemas, não tivemos nenhuma situação que caracteriza desequilibro estrutural. Precisamos fazer ajuste porque houve queda no crescimento. Nos fizemos de tudo: reduzimos imposto, subimos crédito, subsidiamos taxa de crédito e agora esgotou nossa capacidade fiscal. Você tem de recompor capacidade fiscal.

"O Brasil está tomando todas as medidas para se fortalecer macroeconomicamente, para construir situação estável. Temos certeza que a causa da inflação não é estrutural, é conjuntural. Um lado é a seca. Do outro lado, é o fato de que, além disso, sofremos consequências de ajuste cambial", avaliou.





Fonte: Do G1

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