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Economia
Domingo - 06 de Dezembro de 2015 às 19:24

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O acolhimento pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de um pedido de impeachment da Dilma Rousseff terá efeitos muito negativos sobre a economia, de acordo com analistas internacionais ouvidos pela BBC Brasil – embora a reação inicial dos mercados tenha sido positiva, com a Bolsa operando em alta e o dólar, em baixa.

O agravamento da crise política chega num momento muito ruim para o país e tende a colaborar para a formação de um cenário econômico extremamente tempestuoso, afirmam.

Mas, ao mesmo tempo, ironicamente seria o “timing” ideal para as pretensões da presidente em evitar seu afastamento:

“Independentemente do resultado final, o processo paralisará o Legislativo brasileiro e vai impedir a análise da reforma fiscal, algo crucial para a recuperação econômica do país. Mas, para Dilma, ocorre antes do que estimamos que poderá ser o pior momento para o Brasil, o período entre o segundo e o terceiro trimestres de 2016, quando a economia prometer piorar e oferecerá um cenário bem mais difícil para a presidente”, afirma Angela Bouzanis, economista da FocusEconomics, consultoria internacional que analisa mais de 127 países.

“O governo brasileiro está em uma posição horrorosa. Há inflação, juros altos, preço baixo para produtos de exportação e todos os problemas ligados à corrupção e às contas públicas. A única forma de responder é aprovar reformas em um ambiente politicamente hostil”, completa a economista.

Jill Hedges, vice-diretora da consultoria Oxford Analytica, diz que o processo de impeachment poderá tornar inevitável um novo rebaixamento da economia brasileira pelas agências de classificação de risco, o que faria o país ainda menos atraente para os investidores internacionais.

“A economia encontra-se em péssimo estado e o governo não tem como fazer nada. As crises estão se alimentando uma das outras, e mesmo empresas como a Petrobras e a Vale estão em dificuldade. E as recentes desvalorizações do real, que poderiam ajudar as exportações, não têm surtido o efeito desejado.”

Robert Ward, da Economist Intelligence Unit, endossa as opiniões. Para ele, as discussões sobre o afastamento de Dilma prometem causar danos que aprofundarão a crise econômica e vão contribuir para um crescimento da relação entre dívida e PIB para a casa de 70% até o final de 2016.

“O Brasil está enfrentando a tempestade das tempestades”, resume.





Fonte: BBC

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