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Saúde
Quarta - 10 de Novembro de 2021 às 06:12
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Mosquito infectado com a malária
Mosquito infectado com a malária

Área endêmica para a malária, Mato Grosso contribuiu com 2,5% do total de casos da doença registrados na região amazônica, em 2020. Ao longo do ano passado, foram 3.611 notificações do tipo autóctones, quando a transmissão ocorre no mesmo local. Já entre janeiro a junho deste ano, o Estado contabilizou 2.199 casos autóctones, o que representa um aumento de 129,1% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 960 notificações da doença, considerada um grave problema de saúde pública.

Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e apontam que Mato Grosso vai na contramão da tendência nacional e que ficou longe da meta de eliminação projetada para o primeiro semestre deste ano, que era de 353 casos de malária em geral. No país, foram registradas 145,1 mil ocorrências em 2020, uma redução de 7,8% em relação a 2019 e 25,4% em relação a 2018. Dos 145 mil, mais de 99% se concentram na região Amazônica brasileira, onde a malária vivax é responsável pela maioria dos casos.

Ainda no Estado, o levantamento do MS mostra que, em relação à malária por Plasmodium falciparum e malária mista, foram registrados 372 casos autóctones, em 2020. E, somente de janeiro a junho de 2021, ocorreram 105 casos, correspondendo a uma redução de 36,0% entre janeiro a junho de 2020 (164 notificações).

Dentre os 141 municípios mato-grossenses, considerando o recorte de janeiro de 2020 a junho de 2021, as cidades de Aripuanã, Colniza e Pontes e Lacerda concentraram 80,0% do total de casos autóctones de malária, e 39 municípios (27,7%) tiveram transmissão de malária no mesmo período.

Em relação à malária por P. falciparum, Colniza concentrou mais de 80,0% dos casos autóctones do Estado. Além disso, a distribuição de casos em áreas especiais de Mato do Grosso apresenta uma predominância em área de garimpo com 49,6% no período de 2020 e de 76% no período de janeiro a junho de 2021, seguido da zona rural e área indígena.

De acordo com o MS, no último sábado (6), foi celebrado o Dia de Combate à Malária nas Américas. O objetivo da iniciativa é sensibilizar a população sobre os perigos da malária, além de educar sobre as principais medidas de prevenção, controle e eliminação da doença.

“O Brasil, nos últimos tempos, de maneira inquestionável tem avançado, sobretudo em relação as ações de saúde no combate à malária. E hoje, nós assistimos como podemos evoluir de maneira sustentável nesse objetivo. Através da educação, por exemplo, das nossas crianças, através do investimento em ciência e tecnologia, para propiciar um diagnóstico precoce e as medidas terapêuticas adequadas”, ressaltou na oportunidade, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Embora reconheça o aumento do número de casos ao longo dos últimos anos, principalmente em áreas de garimpo, o Ministério reforça que para buscar conter este incremento e reduzir o número, algumas ações foram realizadas pelas secretarias Saúde do Estado (Ses-MT) e dos municípios prioritários.

Entre elas, estão monitoramento de casos notificados em unidades de saúde; reuniões para elaboração de plano de ação para resposta e controle ao surto de malária nas regiões afetadas e discussão de estratégias de controle sobre aumentos de casos de malária em região de garimpo, elaboração de nota técnica de atualização sobre liberação e uso de testes de diagnóstico rápidos (TDR) para os municípios do estado, visando implementar a estratégia para aumentar a cobertura do diagnóstico de malária nos municípios, capacitação e vistoria nos empreendimentos ou áreas de garimpos.

No Brasil, a malária é uma doença endêmica na região amazônica, composta por Mato Grosso, Maranhão e sete estados da região norte. Trata-se de uma doença causada por um parasita do gênero Plasmodium. Ela é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles.

A doença é uma das principais causas e uma consequência da pobreza e da desigualdade: sua incidência é maior nas populações de maior vulnerabilidade social. A malária tem tratamento, mas se não for diagnosticada e tratada em tempo, pode evoluir para formas graves e até mesmo ao óbito.





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