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Politica Brasil
Quarta - 01 de Fevereiro de 2023 às 17:51
Por: Da Folhapress - Brasília instagram facebook TWITTER PRINTER gplus whatsapp

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O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão, foi reeleito nesta quarta-feira (1º) para mais dois anos na presidência da Câmara.


Ele recebeu 464 de um total de 508 votos, o que o torna o recordista desde a redemocratização do país.

Até então, esse posto era ocupado por Ibsen Pinheiro (MDB-RS), em 1991, e João Paulo Cunha (PT-SP), em 2003, ambos eleitos com 434 votos em primeiro turno.

Os adversários de Lira na disputa pertencem a partidos pequenos ou nanicos e nunca tiveram perspectiva real de vitória. Chico Alencar (PSOL-RJ) teve 21 votos e Marcel van Hattem (Novo-RS), 19.

Lira obteve um amplo arco de apoio, do PL de Jair Bolsonaro ao PT de Luiz Inácio Lula da Silva, que não lançou candidatura concorrente por receio de derrota, já que a esquerda controla apenas cerca de um quarto das cadeiras da Casa.

Em seu discurso antes da votação, Lira lembrou projetos que foram votados em seu primeiro mandato, como a lei do Estado democrático de Direito, que revogou a lei de segurança nacional que vigorava desde a ditadura militar.

"Se eleito jamais concordarei passivamente com a invalidação de atos por recurso de uma minoria em tribunais superiores. Se eleito, quero estabelecer com o Poder Executivo não uma relação de subordinação, mas de pacto para aprimorar e avançar nas políticas públicas a partir da escuta cuidadosa de opinião das nossas comissões", afirmou.

"Faço defesa firme do nosso direito sagrado de liberdade de expressão, desde que isso não represente ameaça ao único regime que nos concede esse direito, que é nossa democracia. Destaco meu compromisso que é continuar a ser um facilitador dos debates, e decisões dessa casa de absoluta liberdade e autonomia de cada parlamentar."

Chico Alencar fez um discurso criticando os dois rivais por não terem mencionado os atos golpistas de 8 de janeiro em suas falas. Nesse momento, deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Zé Trovão (PL-PR), entoaram cantos de "Lula ladrão seu lugar é na prisão". Foram respondidos por apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gritaram "Sem anistia".

Já Marcel van Hattem criticou a construção do arco de aliança de Lira. "Não posso concordar com chapa que foi criada, sim, com acordo de partidos, que dará ao PT a presidência da CCJ [Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara] no primeiro ano. Onde isso é um bom acordo?"

Ele também lamentou o que viu como cerceamento à liberdade de expressão de deputados. "Essa é uma casa plural, de todos, mas não vemos nesse momento ela de fato ser plural, porque muitos parlamentares têm seu direito de manifestação cerceados em desacordo com o que diz nossa Constituição", disse.

O atual líder do centrão chegou ao comando da Câmara pela primeira vez em 2021, apoiado pelo então presidente Bolsonaro. Na ocasião, ele derrotou Baleia Rossi (MDB-SP) por 302 votos contra 145. Rossi era apoiado pelo então presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ).

Lira conseguiu a vitória na ocasião amparado em boa parte pela gestão e distribuição, entre os parlamentares, das chamadas emendas de relator, que eram as bilionárias verbas do Orçamento federal.

O manejo dessas verbas foi delegado a ele por Bolsonaro. Em troca, Lira garantiu ao então presidente uma base de sustentação política e a blindagem contra processos de impeachment.

Após a derrota de Bolsonaro para Lula em outubro do ano passado, o presidente da Câmara rapidamente se moveu para o espectro político mais próximo ao presidente eleito, consolidando sua reeleição para mais dois anos no cargo.

Devido à fragilidade da esquerda, Lula e o PT desistiram de lançar uma candidatura contra o líder do centrão.

Paralelamente a isso, Lira fez gestos de aproximação. Em especial, o imediato reconhecimento público da vitória de Lula, a condução da aprovação da PEC que deu fôlego orçamentário ao novo governo e, por fim, a reação contra os vândalos golpistas do dia 8 de janeiro.

Ele tem dado sinais ao governo de que fará uma gestão não hostil ao Palácio do Planalto, mas a história recente é repleta de exemplos de rompimentos e traições na política.





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