Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Sexta - 17 de Novembro de 2023 às 15:24
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

    Imprimir


Dinalte Miranda DC
A maior parte das habitações sem acesso ao serviço de coleta de esgoto é de casas, segundo pesquisa
A maior parte das habitações sem acesso ao serviço de coleta de esgoto é de casas, segundo pesquisa

Em Mato Grosso, mais de 2,232 milhões de pessoas moravam em habitações sem acesso aos serviços de coleta de esgoto por rede geral em 2022.

Esse número corresponde a 62,8% da população mato-grossense, percentual que deixa o Estado na sétima colocação, dentre as unidades da Federação mais afetadas pela privação a este tipo de serviço.


Dados como estes são do Instituto Trata Brasil, que lançou a primeira edição do estudo “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, produzido em parceria com a EX Ante Consultoria Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

O levantamento traça o perfil socioeconômico e demográfico da população brasileira que sofre com privações nos serviços de saneamento básico, utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2022.

Em números absolutos, Mato Grosso aparece no 15º lugar do ranking dentre as populações mais afetadas. Neste caso, a primeira colocação é ocupada pelo Pará (7.026 milhões), seguido pela Bahia (6,4 milhões).

Já em termos percentuais, o primeiro lugar é ocupado pelo Piauí com 83,2%, seguido do Pará com 79,9%. No Estado, são 742 mil residências sem coleta de esgoto.

Em nível nacional, dos 69,706 milhões de habitantes morando em habitações sem acesso aos serviços de coleta de esgoto por rede geral no mesmo ano, 50,4% eram homens e 49,6% eram mulheres.

“A maior parte das habitações sem acesso ao serviço de coleta de esgoto era de casas”, traz a pesquisa.

“Em termos relativos, o problema da privação de coleta de esgoto também foi maior nas habitações do tipo casa: 35 a cada 100 moradias desse tipo estavam em situação de privação. No caso das residências em cômodos, 31 a cada 100 estavam nessa condição em 2022”, aponta.

Ainda, segundo o estudo, os apartamentos com esse perfil responderam por apenas 2,2% do total das 22,831 milhões de habitações com privação de coleta de esgoto em 2022 e as moradias em cômodos, por 0,2%.

O estudo mostra ainda que o problema da falta de coleta de esgoto por rede geral também está relacionado a falta de coleta de lixo.

OUTROS DADOS – A pesquisa “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?” considera cinco categorias de privações: privação de acesso à rede geral de água; frequência de recebimento insuficiente de água potável; disponibilidade de reservatório; privação de banheiro; além da privação de coleta de esgoto.

Em Mato Grosso, eram 524 mil pessoas sem acesso à rede geral de abastecimento de água tratada em 2022 e/ou 181 mil moradias afetadas pela privação de acesso a este tipo de serviço.

Também outros 324 mil mato-grossenses eram privados de disponibilidade de reservatório de água.

As estatísticas da PNADC dão conta ainda de que 14 mil pessoas e/ou 4 mil moradias não tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio no mesmo ano, em Mato Grosso.

Esse número correspondeu a 0,3% do total de residências no país.

No geral, conforme o Trata Brasil, os dados são alarmantes: considerando as moradias brasileiras, da totalidade de 74 milhões, quase 9 milhões não possuem acesso à rede geral de água; quase 17 milhões contam com uma frequência insuficiente de recebimento; cerca de 11 milhões não possuem reservatório de água; cerca de 1 milhão não possuem banheiro; e 22 milhões não contam com coleta de esgoto.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/462244/visualizar/