Trabalho infantil: 1,9 milhão crianças são exploradas; 66% são pretas ou pardas Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra o panorama do trabalho infantil no Brasil que cresceu
O trabalho infantil no Brasil aumentou, isso é o que mostra os dados divulgados nessa quarta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para além desse fato, a pesquisa mostra ainda que o contingente de crianças nessa situação vinha caindo desde 2016, com 2,1 milhões, chegando em 2019 a 1,8 milhão em situação de trabalho infantil.
Todavia em 2022, o número subiu para 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos exercendo atividades remuneradas e não remuneradas.
Crianças e adolescentes em situação de trabalho aumenta. (Foto: Ilustrativa | Crédito: Agência Brasil)Segundo a coordenação do IBGE, é importante ressaltar que nem toda a atividade configura necessariamente esse problema social.
Ainda, para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), trabalho infantil é “aquele perigoso, prejudicial para a saúde e o desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na escolarização.”
Recortes sociais evidenciam o problema
Outro dado – evidenciado pela pesquisa do IBGE – é que o trabalho infantil no Brasil tem sexo e raça. Quase dois terços são do sexo masculino e cerca de 66,3% são pretos e pardos.
Em 2022, o contingente de crianças e adolescentes que exerciam as piores formas de trabalho no Brasil alcançou a marca de 756 mil.
As meninas em situação de trabalho infantil ganham cerca de 84,4% do que os meninos ganham. E quando o recorte inclui raça, as meninas negras ganham ainda menos.
Mulheres pretas e pardas ganham menos do que as meninas brancas em situação de trabalho infantil. (Foto: Divulgação | Ministério do Trabalho)Os dados fazem parte de uma Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) contínua que intenta mostrar a situação e a evolução do trabalho infantil no Brasil.
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