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Saúde
Quinta - 18 de Janeiro de 2024 às 14:12
Por: Da Assessoria

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Campanha em janeiro reforça preocupação com o aumento do número de casos da neoplasia, terceiro tipo de câncer mais incidente entre o público feminino.

O câncer do colo do útero ocupa a posição de terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres e é considerado a quarta causa de morte por câncer no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para o triênio 2023 a 2025, foram estimados 17.010 novos casos, o que corresponde a uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Nesse contexto, a campanha Janeiro Verde assume um papel fundamental ao promover a conscientização e destacar a importância da prevenção do câncer de colo do útero.

O médico ginecologista e obstetra Julio Cesar de Souza Filho, que atua no Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, compartilha informações importantes sobre a incidência, prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença.

Segundo o ginecologista, o Papiloma Vírus Humano (HPV) é frequentemente associado ao surgimento do câncer de colo do útero. Com mais de 150 tipos de HPV, cerca de 40, incluindo os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58, 60, entre outros, são considerados de alto risco para o desenvolvimento do câncer.

“A transmissão pode ocorrer durante relações sexuais ou pelo contato com a pele ou mucosas infectadas", explica o médico.

Ele enfatiza a importância do exame preventivo, recomendando que seja realizado após a primeira relação sexual e aponta que o exame citopatológico é o indicado para rastrear o câncer.

“A partir da sexarca, ou seja, da primeira relação sexual, a paciente deve procurar atendimento para avaliação. As evidências científicas apontam que o rastreamento na faixa etária entre 25 a 64 anos é capaz de reduzir a incidência e a mortalidade por câncer do colo do útero”, ressalta.

A fase inicial para a maioria das pacientes acaba sendo assintomática; os sintomas aparecem conforme a localização e a extensão da doença. Entretanto, as neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC), identificadas durante exames ginecológicos, são lesões precursoras do câncer.

"Sintomas como corrimento vaginal, dispareunia, que é a dor durante a relação, sangramento após o coito, sangramento intermenstrual, dor pélvica, lombar e distúrbios da micção podem ocorrer quando a doença está mais avançada", alerta o ginecologista.

Prevenção

Julio Cesar reforça que a prevenção está diretamente relacionada à redução do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por meio do contato direto com pele ou mucosa infectada. A via sexual é a principal forma de transmissão, sendo recomendado o uso de preservativo para diminuir o risco de contágio e infecção.

Para a eficácia das medidas preventivas, o médico ressalta a importância da vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), reconhecido como a principal causa do câncer do colo do útero. Além disso, destaca a realização anual do exame preventivo, mais conhecido como Papanicolau.

“Através do exame, é possível diagnosticar e tratar lesões pré-malignas, evitando que elas evoluam para um tumor maligno. Essas medidas podem impactar a história natural da doença nas próximas gerações”, salienta o ginecologista.

A vacina está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas imunossuprimidas e vítimas de violência sexual. Na rede privada, a vacina nonavalente (HPV9) protege contra nove tipos de HPV.

Quanto ao diagnóstico e tratamento, o ginecologista aponta que a cirurgia e a radioterapia com quimioterapia são comuns. A escolha do tratamento depende do estágio da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de preservação da fertilidade.

"O diagnóstico em fase não invasiva ou estágio I tem altas chances de cura, entre 80 e 90%", conclui Julio Cesar, reforçando que a prevenção é sempre a melhor opção.





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