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Comportamento
Domingo - 17 de Março de 2024 às 09:32
Por: Andrelina Braz/Mídia News

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Jadeli Mello é policial militar há 13 anos

A policial militar Jadeli Mello sempre buscou um significado para sua vida. Desde criança, seu objetivo era fazer a diferença no mundo e principalmente para aqueles à sua volta. Hoje, com redes sociais e farda, a militar faz parte de uma minoria feminina nas corporações do Estado e usa a internet para falar sobre Segurança Pública.

Com mais de 25 mil seguidores em seu pergil no Instagram (@jadelimello), a policial compartilha diariamente vídeos com reflexões, dicas de segurança e informações úteis para seus seguidores sobre diversos assuntos.

Minha ideia na rede social é exatamente a que eu criei para a minha vida: a de fazer diferença

“Minha ideia na rede social é exatamente a que eu criei para a minha vida: a de fazer diferença. Todo mundo tem rede social, todo mundo gosta de falar e ver vídeos. Então eu falei: “eu posso fazer isso também’. Por meio dos vídeos, eu posso agregar na vida das pessoas”, declara.

A iniciativa dela trouxe resultados. Com grande aceitação do público e da própria corporação, Jadeli conseguiu conscientizar o seu público e conciliar a carreira de militar com a de influenciadora.


“Os vídeos que eu falo sobre dicas de segurança são muito bem vistos. Inclusive, o meu comandante antigo aprovava alguns vídeos que eu repostava na rede oficial [do batalhão]. É muito bem visto porque é algo realmente voltado à segurança. É algo positivo”, declara.

A escolha da carreira na Segurança Pública começou quando buscava uma fuga para a monotonia da vida cotidiana. Em meio ao mar de possibilidades, ela encontrou na Polícia Militar a atividade que lhe traria emoção e propósito na mesma medida que impactasse a vida de outras pessoas.

Mãe solo, ela tenta conciliar 13 anos de rotina militar composta por treinamentos e atividas com a produção de conteúdos para as redes sociais e os cuidados com a casa, com o filho e consigo.

“É tudo super difícil, porque sou mãe solo e conseguir conciliar o tipo de trabalho - o levar, buscar, e cuidar da criança - é extremamente desafiador. Esse é o lado que as pessoas não veem, que é diferente de um policial masculino, por exemplo. A maioria [dos filhos] quem cuida é a mã. E nesse caso eu sou a mãe. Mas é super desafiador ter filhos e uma carreira”, analisa.

Entre os desafios que precisou enfrentar na carreira, Jadeli ressalta a falta de representatividade que a fez ter uma visão diferente do comportamento feminino dentro das corporações militares. Hoje, com maturidade e autoconfiança, ela vê a importância da presença da mulher nas forças de segurança.

“Acho que o meu maior desafio foi entender que eu não precisava me comportar como um policial masculino. Levei um certo tempo pra entender que poderia ser eu mesma e ser uma mulher policial. No começo achava que tinha que mudar, mas não, posso ser exatamente quem sou porque posso fazer a diferença, e fiz a diferença quando descobri que poderia ser eu mesma”, declara.

Atualmente Jadeli faz parte de uma minoria de mulheres que compõem a corporação em Mato Grosso. Dos ativos no estado, apenas 9% são femininas, segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2023.

Como uma tentativa de trazer mais equidade na composição do quadro de agentes de segurança, órgãos estaduais vêm fazendo esforço para a aplicação de cotas para mulheres em concursos da PM e Corpo de Bombeiros.

Acervo pessoal

jadeli

Jadeli Mello

Contudo, em dezembro de 2023, a proposta que estabelece cota mínima de 20% de vagas para mulheres foi derrubada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, ao considerar a proposta inconstitucional, já que se choca com o princípio de isonomia entre gêneros.

“Se todo o serviço tivesse uma policial feminina seria outra coisa. Nós fazemos as mesmas funções que um policial masculino, mas há coisas que são facilitadas por uma policial feminina, princiaplemtne em ocorrencias incluindo crianças, mulheres em situação de vulnerabilidade, buscas pessoais…. Até os meus colegas concordam que a presença feminina facilitaria. O pior é que existem lugares em que não há nem uma policial”, declara.

Com passagem pela corporação militar de Alta Floresta, onde atuou no acompanhamento de crianças por meio do Programa Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), Jadeli inicia, agora, uma nova fase após transferência para atuar na corporação em Cuiabá.





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