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Opinião
Segunda - 24 de Maio de 2010 às 08:14
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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O mundo científico foi sacudido, na última semana, pela notícia da criação da célula com genoma sintético. É a primeira vez em que uma vida não é descendente de vidas anteriores, mas apenas do computador. Esse detalhe instiga os contumazes polemistas, que insistem em promover o intolerante confronto entre a fé e a ciência. Sugerem que, com esse procedimento, o homem estaria imitando Deus. Essa idéia é, na verdade, uma tentativa de diminuir o tamanho de Deus.

Essa discussão ressurge em todos os instantes que se anuncia algum avanço científico. Vem carregada de questionamentos que mais parecem movidos pelo interesse (até econômico) de polemizar do que pela defesa de posições e esclarecimento de possíveis divergências. Já vimos as mesmas pessoas e instituições lançarem seu rol de dúvidas e confrontos quando do anuncio do nascimento da ovelha clonada, na ida do homem à Lua e em diferentes outros episódios. Mas das discussões nunca surgiu a luz, pois são questões distintas.

O mundo depende da ciência para continuar sustentável. Foi através do trabalho de homens e instituições científicas que desenvolvemos a informática – hoje presente em nossas vidas de maneira decisiva. E o grande avanço e popularização das ciências deu-se no Século XX, especialmente na sua segunda metade, no advento da eletricidade e dos combustíveis processados e de seus derivados como o automóvel, o avião, a geladeira, o rádio, o cinema, o televisor, o computador, etc.

As populações predominantemente rurais migraram para o centro urbano e o próprio campo teve o seu perfil produtivo alterado pela chegada da tecnologia. As condições de vida tornaram-se mais fáceis, mas exigem aumento constante na produção de alimentos para a população crescente, solução para os problemas ambientais que a ocupação do território acaba gerando, entre outras providências.

O Século XXI começou extremamente mais avançado que o XX. Um avanço nunca antes experimentado. A própria informação que, no passado, levava meses e até anos para chegar às regiões mais distantes de sua origem, hoje são processadas instantaneamente com texto, imagem e som. Vivemos a grande era da nanotecnologia, onde a medicina, a física, a computação e as diferentes ciências unem-se e fazem maravilhas. E todo o instrumental disponível nos centros de pesquisa nos permite pensar em coisas realmente fantásticas que estão por acontecer com o objetivo de favorecer e preservar a vida do homem. Evidente que tudo isso exige controle para evitar sua má utilização, mas para tanto já existem eficientes organismos internacionais.

A célula sintética, agora anunciada é apenas mais um avanço dentro da fantástica gama científica do Século XXI. Entre outras coisas, já se sabe que poderá dar uma contribuição decisiva para reduzir a poluição das águas. Depois dela outras conquistas virão e os polemistas continuarão insistindo no confronto da fé com a ciência.

É necessário acabar com essa falsidade. Deus é Deus e quem tem fé sabe disso. Ciência é ciência e, para nós que cremos, só existe pela vontade de Deus...


Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br                                         



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