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Os Interesses Pessoais em Jogo
Oficialmente, o jogo ainda não começou. Porém, uma porção de gente já especula e aposta em quem será o vencedor. Prognóstico um tanto apressado e até sem sentido, nessa altura dos acontecimentos. Pois, em disputa eleitoral, ninguém ganha por antecipação. Mas, por outro lado, podem-se analisar as ações realizadas pelos pretensos candidatos ao governo do Estado de Mato Grosso.
Curiosamente, todos eles se valem das mesmas estratégias. Embora não seja uma partida entre compadres. Nem deveria. Isso porque são grandes os interesses em questão. Tanto por parte de quem se encontra no poder, e por razões óbvias não quer perder a tal “boquinha”, como pela oposição, cujo objetivo maior é evitar que ela própria continue fora da divisão das benesses advindas do governo regional.
Explica-se, portanto, toda a campanha extemporânea. Sem que haja um espaço por onde se possa ter a opinião do eleitorado a respeito. Ainda que se tenham as pesquisas, aliás, viabilizadas desde o ano passado. Porém, os resultados das ditas pesquisas não podem ser pelo menos por ora, expressão maior do eleitor.
Independentemente disso, no entanto, percebe-se certa tensão momentos antes dos números serem divulgados, e, quando estes vêm a público, nota-se também euforia pelo que encabeça a lista. Uma lista prematura é verdade, mas necessariamente importante para a conquista de parceiros, sendo os mais cobiçados, pela ordem: PP, PPS e PDT.
Briga que conta com a participação de diligentes nacionais dessas referidas siglas. O presidente nacional do PPS, por exemplo, recentemente, já se manifestou favorável a candidatura do prefeito da Capital, sem, contudo, perder de vista a possibilidade de se ter, no lugar do peessedebista, o nome do senador democrata. O recado foi direto para o ex-prefeito rondonopolitano, cuja vontade é estar mesmo no palanque do indicado pela aliança PMDB/PR/PT, em razão de possibilidade maior para sua própria reeleição; diferentemente, portanto, do apoio anunciado ao candidato-empresário do PSB, a menos que este esteja na coligação governista. Vontade não bem aceita por uma pequena ala do PPS, mais ligada ao socialismo e contrária à atuação do atual governador, agravada com a saída deste de suas fileiras para se filiar ao PR.
Percebe-se que o então manda-chuva regional não representa voz uníssona no PPS. O mesmo se pode dizer com relação ao presidente nacional da mesma agremiação. Isso deixa intranquilos democratas e peessedebistas. A ponto de retardar um pouco a definição em torno de secretarias da administração cuiabana que deveriam ser cedidas a membros daquele partido. Membros que igualmente sonham em ampliar seu espaço no governo estadual.
Os cargos, então, são moedas de trocas por apoios. Valem-se delas o prefeito-candidato e o vice-governador-candidato. O democrata-senador e o empresário, igualmente pretensos candidatos, não os têm para oferecerem no momento, mas isso não significa que não estejam fazendo promessas para serem cumpridas no futuro, caso um ou outro seja eleito governador.
Eles disputam, também, entre si as adesões do PP e PDT. A primeira vista, tem-se a impressão que o tucano corre na frente. Mas não é bem assim. O PDT encontra-se dividido: uma parte se prende aos sonhos pessoais de seu vereador-candidato, enquanto a outra recente a ausência do grande líder Brizola, e, nesse meio tempo, prefere apostar em quem mais lhe oferece. Não age distintamente o PP, capitaneado pelo presidente da Assembléia que aposta sutilmente na eleição do peemedebista para não vê-lo eternamente como adversário na disputa pela liderança no Nortão.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Curiosamente, todos eles se valem das mesmas estratégias. Embora não seja uma partida entre compadres. Nem deveria. Isso porque são grandes os interesses em questão. Tanto por parte de quem se encontra no poder, e por razões óbvias não quer perder a tal “boquinha”, como pela oposição, cujo objetivo maior é evitar que ela própria continue fora da divisão das benesses advindas do governo regional.
Explica-se, portanto, toda a campanha extemporânea. Sem que haja um espaço por onde se possa ter a opinião do eleitorado a respeito. Ainda que se tenham as pesquisas, aliás, viabilizadas desde o ano passado. Porém, os resultados das ditas pesquisas não podem ser pelo menos por ora, expressão maior do eleitor.
Independentemente disso, no entanto, percebe-se certa tensão momentos antes dos números serem divulgados, e, quando estes vêm a público, nota-se também euforia pelo que encabeça a lista. Uma lista prematura é verdade, mas necessariamente importante para a conquista de parceiros, sendo os mais cobiçados, pela ordem: PP, PPS e PDT.
Briga que conta com a participação de diligentes nacionais dessas referidas siglas. O presidente nacional do PPS, por exemplo, recentemente, já se manifestou favorável a candidatura do prefeito da Capital, sem, contudo, perder de vista a possibilidade de se ter, no lugar do peessedebista, o nome do senador democrata. O recado foi direto para o ex-prefeito rondonopolitano, cuja vontade é estar mesmo no palanque do indicado pela aliança PMDB/PR/PT, em razão de possibilidade maior para sua própria reeleição; diferentemente, portanto, do apoio anunciado ao candidato-empresário do PSB, a menos que este esteja na coligação governista. Vontade não bem aceita por uma pequena ala do PPS, mais ligada ao socialismo e contrária à atuação do atual governador, agravada com a saída deste de suas fileiras para se filiar ao PR.
Percebe-se que o então manda-chuva regional não representa voz uníssona no PPS. O mesmo se pode dizer com relação ao presidente nacional da mesma agremiação. Isso deixa intranquilos democratas e peessedebistas. A ponto de retardar um pouco a definição em torno de secretarias da administração cuiabana que deveriam ser cedidas a membros daquele partido. Membros que igualmente sonham em ampliar seu espaço no governo estadual.
Os cargos, então, são moedas de trocas por apoios. Valem-se delas o prefeito-candidato e o vice-governador-candidato. O democrata-senador e o empresário, igualmente pretensos candidatos, não os têm para oferecerem no momento, mas isso não significa que não estejam fazendo promessas para serem cumpridas no futuro, caso um ou outro seja eleito governador.
Eles disputam, também, entre si as adesões do PP e PDT. A primeira vista, tem-se a impressão que o tucano corre na frente. Mas não é bem assim. O PDT encontra-se dividido: uma parte se prende aos sonhos pessoais de seu vereador-candidato, enquanto a outra recente a ausência do grande líder Brizola, e, nesse meio tempo, prefere apostar em quem mais lhe oferece. Não age distintamente o PP, capitaneado pelo presidente da Assembléia que aposta sutilmente na eleição do peemedebista para não vê-lo eternamente como adversário na disputa pela liderança no Nortão.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/1556/visualizar/
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