As maravilhas da internet
UFA! Pensei que não fosse terminar este artigo, pois há dias “outros” afazeres, inerentes a minha vontade, consumiam meu tempo.
Para mim, não há duvida de que a Internet é uma das maravilhas deste século.
Fico a imaginar os momentos que sentado em um dos bancos da Praça Alencastro, ficava eu e meus amigos a espera da Kombi do Sebastião regressando do Aeroporto Marechal Rondon, com os jornais do Rio e de São Paulo.
Eram poucos exemplares principalmente os do Rio de Janeiro, os meus preferidos, que chegávamos a “reservar” os nossos. Indo ou não apanha-los, tínhamos que pagar. Inúmeras vezes antes de tomarmos esta atitude, fiquei sem ler nenhum jornal pois sempre que chegava à banca do Sebastião não havia mais nada.
Como mudaram as coisas com o advento da internet. O mundo ficou pequeno.
Hoje, após o meu guaraná ralado nas madrugadas, meu remédio de pressão e por sugestão, um bom antiácido, tenho as notícias do mundo aos meus pés.
Recebi do meu padrinho e amigo Gabriel Novis Neves uma “pérola’ que só podia vir através de um LP (aos mais novos, LP era o CD da época) ou através da Internet.
Pena é que não tenhamos imagens gravadas.
Mesmo assim vou passar a vocês que como eu, vivemos essa época de ouro da nossa querida Cuiabá, para que relembrem os lugares onde nos encontrávamos e que ficaram indelevelmente marcados na nossa memória.
Entrem em http://www.youtube.com/watch?v=Lb0OnFUHUI8
Em http://www.youtube.com/watch?v=pc289kuo_sk
Em: http://www.youtube.com/watch?v=ySWQeS6g2gI
Em: http://www.youtube.com/watch?v=1zVWn2RkoTc&feature=related
Estes sites vão lhe proporcionar uma gostosa volta ao tempo. Através deles, aqueles que não tiveram a felicidade de viver esses anos dourados da nossa cidade, e aqueles que viveram, ouvirão as melodias que nos embalaram nos salões do Clube Esportivo Dom Bosco e do Clube Feminino.
Depois do “footing” na Praça Alencastro a gurizada “despencava” morro acima (Dom Bosco) ou para o Feminino. Iríamos para onde se apresentaria a Banda do Jacildo e seus rapazes.
Ao som da primeira corda da guitarra do Jacildo ou do Neurozito (meu particular e querido amigo), ou a primeira nota do sax do Bolinha, começava a “caça as bruxas”. Claro, isto no bom sentido, óbvio.
A moçada saia em busca de sua parceira para dançar pois caso contrario poderia ter o dissabor de vê-la em outros braços. Existiam aquelas que nem o Tom Cruise conseguiria tira-la para dançar, pois o namoro vinha de longo tempo e já havia “cheiro” de casamento no ar.
Entre as mesas “dançavam” os garçons que fizeram história em nossos clubes.
Quem não se lembra do “mágico” Silvinho que de tão cansado colocava palito de fósforo entre suas pálpebras para mantê-las desunidas, ou do sempre gentil e educado Justino?
Nas grandes e brilhantes bandejas de alumínio invariavelmente tinha uma garrafa de cerveja Brahma, uma Coca Cola (em garrafa pois não existia em lata), um copo com uma dose de Rum Merino e umas fatias de limão. Este seria, junto com a Coca Cola, a fórmula certa para um excelente Cuba Libre.
Duvido que algum amigo da época tenha a coragem de me contradizer que nunca tomou um solene porre desta bebida, o “xodó” da juventude.
Jacildo, Neurozito, Bolinha, Juarez Silva, Cuba Libre e as nossas conterrâneas fizeram dos nossos dias de férias, sem nenhuma dúvida, os dias mais felizes das nossas vidas.
Hoje esse filme passa atualizadíssimo em minha mente.
Não há como dissociar Cuiabá, da alegria e do prazer, daqueles que viveram nela esse momento mágico. Nós sim, amamos esta terra!
Há como revive-los?
Eduardo Póvoas - Cuiabano
povoas@terra.com.br
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