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Opinião
Sexta - 22 de Outubro de 2021 às 06:25
Por: Valdemir Alcântara

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Se você acompanha o noticiário sobre veículos, tentou negociar um automóvel ou moto recentemente, já percebeu que os preços estão diferentes. Um fator é a inflação, que volta a bater assustadoramente em nossas portas e que tem derrubado o valor da nossa moeda.

Outro é a crise do setor automobilístico que sofre com a logística em função da pandemia do novo Coronavírus e que não consegue entregar os carros novos com a celeridade de outrora, pedindo, em alguns casos, até 120 dias para realizar o sonho de muitos brasileiros.

Um efeito colateral disso é a supervalorização dos veículos seminovos, que passaram a ser uma das primeiras opções do consumidor diante da demora das montadoras. Para se ter uma ideia, conheço gente que comprou uma moto nova em 2015 e que este ano a vendeu por um valor acima do que pagou quanto a tirou novinha da concessionária.

O que pode parecer um simples movimento da economia, deve refletir negativamente no bolso de todos nós em 2022, mesmo no de quem não comprou nenhum automóvel recentemente. Isso porque o cálculo do IPVA é feito sobre o valor da tabela Fipe do veículo registrado em setembro do ano anterior. No caso de 2022, a regra é que o imposto seja calculado sobre o valor do carro em setembro deste ano, justamente no auge dos problemas.


Em Mato Grosso, a alíquota do IPVA varia entre 1% e 4% do valor do bem, dependendo do modelo, ano de fabricação, tipo e marca do veículo. Nesta lógica, um carro que atingir valor de R$ 100 mil na tabela Fipe em setembro poderá ser taxado em valores que variam de R$ 1 mil a R$ 4 mil.

Uma comparação prática pode ser feita com um Nissan Kicks, por exemplo, que em setembro de 2020 era avaliado pela Fipe em R$ 69.081 mil e que em setembro de 2021 custa R$ 83.223 mil, um aumento de 20% no valor do carro que deve incidir sobre o IPVA. Em alguns casos, acredito que a diferença pode chegar a 30%.

Em Mato Grosso ainda não tem, mas em São Paulo já há uma movimentação para evitar que o valor seja repassado ao consumidor. Foi protocolado um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa para impedir que seja feita atualização da base de cálculo e que se mantenha a mesma tabela Fipe de 2020. Por aqui, precisamos iniciar esse debate com nossos deputados para que tomem uma iniciativa semelhante.

Diante de tantas incertezas do setor automobilístico no Brasil e de tanta atualização da legislação, todo cuidado é pouco na realização de serviços burocráticos envolvendo veículos. Em Mato Grosso somos aproximadamente 200 despachantes regularizados junto ao Conselho dos Despachantes Documentalistas de Mato Grosso (CRDD-MT) e todos estão à disposição para sanar as dúvidas e auxiliar nas medidas que devem ser adotadas.

Para atestar a qualidade do despachante, basta pedir a apresentação do cartão de identificação (da carteirinha) do CRDD-MT, que comprova a regularidade do profissional.

Valdemir Alcântara é presidente do Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas de Mato Grosso (CRDD).



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