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Opinião
Domingo - 06 de Fevereiro de 2022 às 11:44
Por: Renato de Paiva Pereira

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Liberdade absoluta não existe. Para consegui-la alguém teria que descobrir uma ilha inabitada e sem dono, fora das águas territoriais de qualquer país e, livrando-se de todos os documentos de identidade, morar nela sem regras ou leis.

Fora dessa utopia, todos estamos obrigados a obedecer às leis da sociedade em que vivemos. Obediência compulsória, diga-se, pois sempre existem os renitentes que, julgando-se mais espertos que os outros, querem burlar as restrições que não lhes agradam.

Qualquer teimoso pode recusar a usar cinto de segurança, mas se pego sem ele, vai pagar multa e, na recorrência perder a carteira de motorista, sem a qual pode ser preso se insistir em dirigir nas vias públicas.

Lembro-os também, que 1.400 crianças de 5 a 11 anos já morreram de covid no Brasil

Estou falando do óbvio para chegar à vacinação infantil anticovid, que até agora não atingiu o ritmo desejado. O motivo é que alguns pais e mães, alegando desconfiança da vacina ou achando-se mais sabidos que os outros, negam-na aos seus filhos, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente diga que qualquer imunizante aprovado pelas Autoridades Sanitárias deve ser obrigatoriamente aplicado nas crianças.

Interessante que se pegarmos a carteirinha dos filhos desses pais resistentes, vamos ver que estão totalmente preenchidas com cerca de vinte vacinas infantis que os órgãos de saúde prescrevem.

A garantia desses pais de que os imunizantes aplicados são seguros e eficazes é a confiança que sempre tiveram na Anvisa. Esta, após severa e criteriosa análise atestou que as crianças podiam receber tais fármacos, sem riscos importantes para a saúde.

Entretanto, se confiaram na Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - quando afirmou que as outras 20 vacinas eram seguras, por que desacreditam, quando ela aprova a vacina anticovid?

Há duas razões: uma, pessoas inconsequentes conseguiram colocar dúvidas na cabeça dos pais e mães sobre a segurança do imunizante. A outra é a obediência quase religiosa dos seguidores ao “mito”, o maior inimigo da vacina no Brasil.

Os responsáveis serão punidos, estou certo disso, entre eles o principal mentor da resistência à vacina. Só que essa punição não aliviará a dor de alguém que tiver um filho atingido por essa doença, que poderia ser evitada.

Há poucos dias houve um caso de suposta reação negativa à vacina na cidade de Lençóis Paulista (SP). Imediatamente o Presidente Bolsonaro ligou para o pai da criança tentando confirmar a origem do mal-estar, torcendo pra ser da vacina.

Ele que nunca visitou um hospital, não foi a Manaus quando a epidemia colhia vidas descontroladamente e nem se importou com os milhares de mortos, agora se interessa pela taquicardia de uma única pessoa.

Além de telefonar mandou dois ministros lá (Damares e Queiroga), confiando que voltariam com “boas notícias”, a saber, a confirmação da nocividade da vacina. Deram com o rabo na cerca: a reação da criança nada tinha a ver com o imunizante, conforme atestou uma junta médica do Ministério da Saúde.

Para terminar diria aos pais que combatam a irresponsabilidade criminosa dos maléficos políticos antivacina. Lembro-os também, que 1.400 crianças de 5 a 11 anos já morreram de covid no Brasil.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor.



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