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O modelo argentino para TI
Passei a maior parte dos últimos dois anos na Argentina e não posso deixar de relatar minha grata experiência neste país "hermano" nosso. Passei minha juventude com um olhar de desconfiança e rivalidade com nosso vizinho maior e conhecer e viver nesse grande país causou-me um tremendo choque cultural. Não posso esconder que sempre desdenhei a língua espanhola e aprender por "osmose" foi uma experiência interessante. Porém, o que mais me causou surpresa foi ver que os argentinos têm muito apreço pelo Brasil e pelos brasileiros.
Veem no Brasil exemplo para tudo de bom. Admiram nosso crescimento como nação e nos comparam com tudo. É claro que também veem o perigo que nossa economia provoca lá. Para eles, nossos presidentes são o que há de melhor. E creem que nossos políticos não sejam tão corruptos quanto os de lá... Talvez estejam certos nesse ponto... Certamente o FHC agiu bem ao criar a Lei da Responsabilidade Fiscal. E temos a Lei dos Bispos e, agora, a Lei da Ficha Limpa. Grande progresso!
Apesar das dificuldades econômicas, a Argentina ainda é mais justa que o Brasil e ainda detém melhores índices sociais e humanos que o Brasil. Além disso, algumas áreas importantes, como as tecnologias nuclear e espacial também estão progredindo mais que no Brasil. Dá para imaginar os argentinos vendendo reatores nucleares de pesquisa para países do primeiro mundo enquanto que nós aqui mal construímos para nós mesmos? E nem vou repetir aqui os danos que juízes e advogados da União causam ao interpretar canonicamente a lei que rege a concorrência. Se os senadores e deputados não criarem uma "interpretação" diferenciada para a Ciência e Tecnologia, até o "Paraguai" vai nos passar.
Uma notícia surpreendeu o mercado de Tecnologia de Informação, a Argentina triplicou seu setor de TI com a criação de leis de incentivo. Em 2004, o governo argentino criou uma legislação favorável, Com incentivos fiscais de 70% sobre o valor pago na folha de pagamento ao governo, para os desenvolvedores de software, entre outros.
A criação de leis específicas para incentivar o setor de TI brasileiro foi debatida durante o 1º Seminário Internacional Assespro (Associação Brasileira das Empresas de TI), que aconteceu recentemente, no Congresso Nacional, em Brasília. Nesse evento ainda foi lançada a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação (FPCT&I). Do Seminário veio a sugestão de criação de uma frente parlamentar para buscar incentivos tal como fizeram os argentinos. E ainda a necessidade de unir os setores acadêmico, privado e público em busca do desenvolvimento.
O Brasil é a quinta potência econômica do mundo, porém está perdendo espaço como produtor industrializado e voltando a ser fornecedor de matérias-primas. Ou nossos políticos saem dessa inebriante ilusão que os marqueteiros propagandeiam ou acordaremos no porões da economia primária. O tempo ruge como um leão faminto!
Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)
Veem no Brasil exemplo para tudo de bom. Admiram nosso crescimento como nação e nos comparam com tudo. É claro que também veem o perigo que nossa economia provoca lá. Para eles, nossos presidentes são o que há de melhor. E creem que nossos políticos não sejam tão corruptos quanto os de lá... Talvez estejam certos nesse ponto... Certamente o FHC agiu bem ao criar a Lei da Responsabilidade Fiscal. E temos a Lei dos Bispos e, agora, a Lei da Ficha Limpa. Grande progresso!
Apesar das dificuldades econômicas, a Argentina ainda é mais justa que o Brasil e ainda detém melhores índices sociais e humanos que o Brasil. Além disso, algumas áreas importantes, como as tecnologias nuclear e espacial também estão progredindo mais que no Brasil. Dá para imaginar os argentinos vendendo reatores nucleares de pesquisa para países do primeiro mundo enquanto que nós aqui mal construímos para nós mesmos? E nem vou repetir aqui os danos que juízes e advogados da União causam ao interpretar canonicamente a lei que rege a concorrência. Se os senadores e deputados não criarem uma "interpretação" diferenciada para a Ciência e Tecnologia, até o "Paraguai" vai nos passar.
Uma notícia surpreendeu o mercado de Tecnologia de Informação, a Argentina triplicou seu setor de TI com a criação de leis de incentivo. Em 2004, o governo argentino criou uma legislação favorável, Com incentivos fiscais de 70% sobre o valor pago na folha de pagamento ao governo, para os desenvolvedores de software, entre outros.
A criação de leis específicas para incentivar o setor de TI brasileiro foi debatida durante o 1º Seminário Internacional Assespro (Associação Brasileira das Empresas de TI), que aconteceu recentemente, no Congresso Nacional, em Brasília. Nesse evento ainda foi lançada a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação (FPCT&I). Do Seminário veio a sugestão de criação de uma frente parlamentar para buscar incentivos tal como fizeram os argentinos. E ainda a necessidade de unir os setores acadêmico, privado e público em busca do desenvolvimento.
O Brasil é a quinta potência econômica do mundo, porém está perdendo espaço como produtor industrializado e voltando a ser fornecedor de matérias-primas. Ou nossos políticos saem dessa inebriante ilusão que os marqueteiros propagandeiam ou acordaremos no porões da economia primária. O tempo ruge como um leão faminto!
Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/518/visualizar/
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