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Opinião
Sábado - 26 de Agosto de 2023 às 11:43
Por: Adriana Costa

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É muito comum as alterações na tireoide se manifestarem em adultos, mas elas podem surgir em qualquer etapa da vida. Apesar de ser mais frequente na vida adulta, crianças e adolescentes não estão imunes ao aparecimento de disfunções tireoidianas, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, podendo nascer – inclusive – sem a glândula da tireoide.


Os hormônios tireoidianos têm um papel fundamental no desenvolvimento e crescimento infantil. Tanto a falta quanto o excesso desses hormônios podem trazer consequências para a saúde óssea da criança.

A deficiência pode levar à diminuição do crescimento dos ossos, enquanto o excesso a um processo mais acelerado. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar prejuízos no crescimento ósseo, no desenvolvimento e na estatura final da criança.

Os sintomas das alterações tireoidianas durante a infância são os mesmos que acometem os adultos.

Hipertireoidismo

Hipertireoidismo é a condição em que a tireoide produz hormônios em excesso. Esse distúrbio causa a aceleração do corpo.

O hipertireoidismo pode ser causado por nódulos, doenças autoimunes e inflamações. O consumo excessivo de iodo, presente em peixes e no sal marinho, também pode causar.


Os sintomas do hipertireoidismo são: suor excessivo, insônia, intestino solto, pressão alta, aceleração cardíaca, perda de peso, puberdade precoce e irritabilidade.

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo é o distúrbio causado pela falta dos hormônios tireoidianos no organismo. O principal sintoma de escassez na tireoide na adolescência é a desaceleração do corpo e as causas mais comuns do hipotireoidismo são doenças autoimunes ou a falta de iodo na alimentação.


Os sintomas são: depressão, cansaço, ganho de peso, batimentos cardíacos mais lentos, dificuldade de concentração, prisão de ventre, pele seca, queda de cabelo, colesterol alto, puberdade tardia, atraso no crescimento e desenvolvimento.

Um dos distúrbios da tireoide mais comuns na infância é o Hipotireoidismo Congênito (HC), quando a deficiência de hormônio tireoidiano é detectada logo após o nascimento. O HC é a principal causa de deficiência mental passível de prevenção no mundo.

O diagnóstico é feito através do Teste do Pezinho, exame que faz parte do Programa de Triagem Neonatal e deve ser realizado nos primeiros dias de vida do recém-nascido (entre terceiro e quinto dia).

Nódulos na tireoide

A grande maioria dos nódulos encontrados na tireoide são benignos. É mais comum surgirem em adultos do que em crianças ou adolescentes. No entanto, mesmo menos frequentes na infância, quando são encontrados o risco de ser maligno é maior. É preciso atenção porque cerca de 25% dos casos precisam ser acompanhados, com bons resultados.

Os tipos mais comuns de câncer da tireoide nessa fase da vida são o câncer papilar e o câncer folicular. A causa, na maioria das vezes, é a exposição à radiação de tratamentos de outros tipos de câncer. Por outro lado, cânceres da tireoide em crianças e adolescentes são tratáveis e o prognóstico, na maioria dos casos, é bom.

Diagnóstico

O diagnóstico também é feito da mesma forma que é feito nos adultos, diferenciando apenas no Hipotireoidismo Congênito. São exames de sangue que avaliam a função tireoidiana, exames físicos e ultrassonografia.

Sem o diagnóstico precoce e o tratamento correto das doenças da tireoide na infância, podem surgir problemas como déficits neurológicos, no desenvolvimento da fala e da aprendizagem da criança (hipotireoidismo); além de problemas no coração como arritmias cardíacas e sintomas de ansiedade (hipertireoidismo).


Dra. Adriana Costa é médica radiologista, especialista em radiologia pediátrica, integra as equipes do Hospital do Câncer, Instituto de Diagnóstico Avançado por Imagem (Idapi) e Cadim



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