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Opinião
Quarta - 04 de Setembro de 2024 às 00:03
Por: Marcondes Costa Marques

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A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico indicado para o tratamento da obesidade e suas comorbidades, ou seja, das doenças associadas ao excesso de peso ou agravadas por ele e pode ser aberta ou por videolaparoscopia, menos invasiva e mais confortável para o paciente.

As técnicas cirúrgicas mais utilizadas no Brasil são a gastrectomia vertical (sleeve) e a gastroplastia com derivação jejunal (bypass gástrico).

O mais importante é compreender que a cirurgia é apenas parte de um tratamento que envolve mudanças profundas no estilo de vida e por isso é fundamental que o paciente esteja preparado e assistido por uma equipe multidisciplinar especializada, experiente e disponível para dar todo o suporte necessário antes, durante e depois da cirurgia.

Para ser um candidato à cirurgia bariátrica, explica o médico, é preciso passar por uma avaliação pré-operatória que inclui diversos exames que irão determinar se você se enquadra nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS) e Conselho Federal de Medicina (CFM) para que o tratamento cirúrgico seja liberado.

Os principais critérios são IMC maior ou igual a 40 (independente da presença de comorbidades) ou entre 35 e 40 (na presença de comorbidades); não há restrições quanto a idade do paciente, mas para casos abaixo dos 18 e acima dos 65 deve haver uma avaliação individual.

Casos em que o paciente tem doenças associadas à obesidade, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemias (colesterol / triglicérides altas), apneia do sono, doenças ortopédicas, refluxo gastroesofágico, incontinência urinária, infertilidade, entre outras também favorecem a bariátrica além do tempo que o paciente tenta, sem sucesso, perder peso através de tratamentos convencionais.

Riscos

O tratamento cirúrgico é uma alternativa eficaz para ajudar a perder peso, contribuindo para a sua melhor qualidade de vida e redução significativa do risco de morte. Porém, de acordo com o Ministério da Saúde, é preciso estar ciente de que se trata de uma operação de grande porte e, por isso, apresenta riscos como qualquer outra cirurgia e provocará modificações no aparelho digestivo.

Ainda segundo o MS, a cirurgia bariátrica é contraindicada para pacientes que possuem quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas; doença cardiopulmonar grave, doenças genéticas; Síndrome de Cushing decorrente de hiperplasia na suprarrenal não tratada e tumores endócrinos; ou não possuem suporte familiar adequado.

O pós-operatório

Uma vez operado, a alimentação será reintroduzida lentamente, sendo que nas três primeiras semanas só será possível ingerir líquidos. Depois desse período, é possível comer pequenas porções de alimentos bem cozidos e moles como arroz, legumes e carne macia bem moída.

Aos poucos, de acordo com o acompanhamento nutricional, o paciente pode voltar a comer outros alimentos, até estar liberado para se alimentar normalmente. Desobedecer estas orientações poderá prejudicar o resultado final da cirurgia bariátrica.

Excesso de pele

Não necessariamente é preciso passar por uma cirurgia plástica após a bariátrica, mas quando a perda de peso é muito grande, a cirurgia reparadora pode ser indicada para a retirada do excesso de pele. O ideal é que se aguarde, pelo menos, um ano depois da realização da cirurgia bariátrica para iniciar as plásticas.

A cirurgia é apenas parte de um tratamento que envolve mudanças profundas no seu estilo de vida, como reeducação alimentar, atividade física regular e acompanhamento médico multidisciplinar, especialmente de nutricionistas e psicólogos.

A chave para o sucesso do tratamento está no compromisso em seguir rigorosamente as orientações da equipe médica para toda a vida. Ou o paciente poderá voltar a ganhar peso.

Dr. Marcondes Costa Marques médico especializado em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Geral, Gastroenterologia e integra a equipe do IGPA e Clínica Vida Diagnóstico e Saúde



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