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Opinião
Domingo - 17 de Novembro de 2024 às 00:31
Por: Giovana Fortunato

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No dia 17 de novembro, comemoramos o Dia Mundial da Prematuridade, data escolhida por um dos fundadores da European Foundation for the Care of Newborn Infants (EFCNI), o senhor Jürgen Popp, que perdeu seus trigêmeos prematuros e, após, tornou-se pai de uma menina nascida em 17 de novembro de 2008. A partir de então, o mês de novembro passou a ser considerado o mês internacional de sensibilização para a prematuridade.


Comemora-se em 17 de novembro desde 2008 e tornou-se um movimento intercontinental no qual inúmeros indivíduos e organizações de mais de 100 países unem forças com atividades, eventos especiais e se comprometem com a ação para ajudar a abordar a questão do nascimento prematuro e melhorar a situação dos bebês e de suas famílias.
A data foi criada para alertar a população para um problema de saúde pública, a prematuridade, deste modo, motivar todos a refletirem nas estratégias para a sua prevenção e para melhorar a assistência neonatal a esses pacientes.

Segundo dados do Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. Os partos prematuros podem ser divididos em espontâneos, eletivos ou iatrogênicos. Os partos espontâneos prematuros são aqueles que ocorrem antes das trinta e sete semanas de gestação em virtude da paciente entrar em trabalho de parto, tendo contrações, dilatação do colo uterino ou romper a bolsa.

E o parto prematuro eletivo ou iatrogênico é aquele que ocorre quando a paciente tem pressão alta, anemia, doença no sangue, alguma condição da mãe ou do feto que esteja levando risco para a mãe ou para feto que faz com o parto seja feito antes das trinta e sete semanas.

É possível prevenir a prematuridade. Planejar a gravidez é um passo importante, o ideal é que o casal busque por orientação médica para que tenha um planejamento familiar, fazendo uma avaliação clínica, laboratorial e de imagem para verificar se está tudo bem com saúde se precisa fazer algum ajuste antes de engravidar.

Uma vez grávida, a mulher logo no início deve procurar o médico obstetra para fazer o pré-natal, o acompanhamento é essencial e precisa começar os mais precocemente possível, fazendo adequadamente os exames e consultas, para reconhecer as condições que possam identificar os riscos de parto prematuro. Após isso, é controlar bem as doenças, adequar alimentação e o ganho de peso para não desenvolver doenças do tipo, hipertensão, diabetes, anemias.

As principais complicações na gestação que podem levar à prematuridade são:
– Infecções;
– Insuficiência istmocervical (abertura do colo do útero);
– Colo do útero curto;
– Partos prematuros anteriores;
– Rotura prematura da bolsa;
– Tabagismo;
– Miomas;
– Gravidez de múltiplos;
– Descolamento prematuro da placenta;
– Diabetes gestacional;
– Pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gravidez);
– Alterações clínicas na gestante ou no feto que necessitem de interrupção antes do tempo esperado.

O diagnóstico tardio da gravidez ou a identificação, também tardia, ou o tratamento inadequado de doenças que tragam prejuízos à saúde da mãe ou do feto, podem ser considerados como riscos para um nascimento antecipado.

Sobre os riscos para o bêbe, vale ressaltar que quanto menor prematuro, mais imaturo ele está, e também maior tempo de internação ele ficará, havendo necessidade de intubação no berçário e maior números de procedimentos para equilibrar esse feto. O feto vai ter distúrbios hemostáticos de controle de temperatura, ganho de peso, dificuldade de amamentar e de receber leite materno. Quanto mais cedo nasce o bebê, mais tempo ele passa por procedimentos internos, fica mais tempo de UTI neonatal, além de risco de ter infecções, pneumonias, displasias pulmonares, problemas intestinais, problemas de visão e intestinais.

A dificuldade de cuidado do prematuro está, não só na fragilidade dos órgãos, mas principalmente do cérebro. O baixo peso, considerado abaixo de 1500g, também é um fator que preocupa muito, pois é um grande desafio conseguir fazer uma recuperação nutricional ao longo das primeiras semanas de vida desse bebê.
Porém, devido ao avanço da tecnologia e da assistência prestada nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, a sobrevida desses bebês tem aumentado muito nas últimas décadas.

Quando o bebê é prematuro e fica muito tempo no hospital, também pode trazer um desgaste emocional e financeiro para o paciente, o que envolve não somente questões médicas, mas também sociais.

A prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar adequado, seguido do acompanhamento pré-natal, que busca assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e atividades educativas e preventivas.

Dra. Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HUJM e especialista em endometriose e infertilidade no Instituto Eladium, em Cuiabá (MT).



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