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Copa do Mundo 2010
Terça - 11 de Maio de 2010 às 22:08

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A semelhança entre a atual seleção e o time que representou o Brasil em 1994 não ficou restrito ao campo de jogo. Na entrevista coletiva, as atuações do técnico Dunga e de seu auxiliar Jorginho lembraram a dupla Parreira-Zagallo, que comandou a seleção do tetra fora das quatro linhas.

Tranquilo e sereno ao longo de pouco mais de 1h20 de entrevista, o técnico Dunga foi bombardeado com questionamentos sobre a ausência de alguns jogadores na lista para a Copa, especialmente as revelações santistas Neymar e Paulo Henrique Ganso.

Ao contrário de outras entrevistas, evitou o confronto com os jornalistas, papel que coube, em determinado momento, ao auxiliar técnico Jorginho. Estratégia parecida com a utilizada pela dupla de comandantes de 94, que tinha Zagallo na trincheira para enfrentar os profissionais de imprensa.

Dunga não alterou o tom de voz nem mesmo quando um repórter foi irônico com ele. Ao questionar a ausência de Neymar e Ganso, o jornalista Cícero Mello disse dar "graças a Deus por Dunga não ter sido o técnico em 1958, senão Pelé não teria ido à Copa".

Coube a Jorginho esperar a pergunta seguinte, sobre a seleção de 1994, para pedir a palavra e criticar o questionamento, pedindo apoio da imprensa para a seleção.

"Fazem uma pergunta terrível, quer comparar Pelé com quem? Com Neymar e Ganso? Com quem? Não pode, é um absurdo! Precisamos entender, é seleção brasileira, nosso país, nossa pátria. Não é que a imprensa tenha que deixar o lado crítico, mas ser justa, não querer ser direcionada como estão sendo algumas pessoas", afirmou.

Em nova pergunta sobre a ausência da dupla santista, Dunga foi comparado ao técnico argentino da Copa de 78, César Luis Menotti. O comandante argentino deixou Maradona de fora naquela vez. Dunga respondeu que a Argentina foi campeã na ocasião, enquanto Jorginho gesticulava bastante ao seu lado.

O auxiliar técnico também demonstrou descontração, ao rir da afirmação de Dunga de que a imprensa iria criticar um erro de português, que ele tratou de corrigir logo em seguida.

Dunga frisou o tempo todo a necessidade de comprometimento dos jogadores com seu projeto. Por isso, justificou a escolha de jogadores dotados de menos técnica, reconhecendo o talento de atletas que foram deixados de lado, como Ronaldinho Gaúcho e Neymar.

"A capacidade do Ronaldo [Ronaldinho Gaúcho] é indiscutível, mas tenho que tomar a decisão por aquilo que aconteceu no campo. Não tive problema nenhum com jogadores na seleção em termos de comportamento", observou.

Recorreu ao patriotismo, ao pedir o apoio da torcida durante a Copa, e lembrar das críticas que sofreu desde que assumiu a seleção.

"Minha mãe foi professora de história e geografia, e um dos ensinamentos que ela passou para mim é ser patriota, então cada um que está aqui tem que demonstrar patriotismo pelo Brasil".






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