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Politica Brasil
Terça - 11 de Maio de 2010 às 07:42

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Além do compromisso firmado no auditório do Grupo Estado, dirigentes dos dois partidos falaram
sobre as visões das respectivas siglas sobre reforma da Previdência e políticas econômica e externa

 

 

Em debate promovido pelo Estado, os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, e do PT, José Eduardo Dutra, se comprometeram a impedir que políticos com "ficha-suja" concorram por seus partidos nas eleições deste ano.

"Não teremos nenhum candidato com ficha suja", disse Guerra, em resposta a um espectador. "Nós também", emendou Dutra, em referência ao projeto de iniciativa popular que pretende impedir candidatura de políticos condenados pela Justiça em processos criminais movidos pelo Ministério Público.

O único banco de dados sobre parlamentares que respondem a processos na Justiça é o Projeto Excelências, organizado pela ONG Transparência Brasil. Segundo ele, há - nas três esferas do Legislativo - 98 tucanos e 82 petistas com pendências judiciais e nos Tribunais de Contas.

Eles representam 34% dos tucanos e 27% dos petistas que ocupam cargos de vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Entre os 98 tucanos, 20 sofreram condenações. Dos 82 petistas, são 10 os condenados. Mas, na maioria dos casos, ainda cabem recursos.

A seguir, alguns tópicos do debate, mediado pelo jornalista Roberto Godoy, com participação das repórteres Julia Duailibi e Malu Delgado.

Tom da campanha

Dutra: Não fiz e nunca vou fazer acusação pessoal. Nunca vou optar por utilizar o caminho da desqualificação. Mas é difícil analisar os discursos de José Serra. Se for o de sábado passado, no lançamento da pré-candidatura do Alckmin, é um tom. Se for o da quarta-feira, é outro.

Guerra: O Serra não vai fazer uma campanha agressiva. Mas tudo que ele falar hoje vai ser interpretado como agressividade. Falar que o PT opera com aparelhamento não é agressivo, é uma constatação. O pessoal quer que a gente faça uma campanha agressiva, mas não vamos. O Lula cumpriu o papel dele, nós reconhecemos seus méritos.

Liderança

Guerra: Nosso candidato já demonstrou liderança. Não é questão de experiência, é de liderança, fundamental para o presidente de um país como o Brasil. O Lula podia não saber fazer muitas coisas, mas é evidente que ele é um grande líder. A questão não é com o Lula, é com o PT sem o Lula, é com a Dilma.

Dutra: A oposição tem, sim, buscado uma desqualificação da nossa candidata. Não é só esse discurso da falta de liderança. Há na internet sites criados por dirigentes do PSDB que adotam uma postura clara de desqualificação da nossa candidata. Eu reconheço qualidades no candidato adversário. Não reconhecer liderança na ministra Dilma Rousseff simplesmente porque ela nunca disputou eleição... Então, o presidente Fernando Henrique Cardoso provavelmente não atenderia aos requisitos de liderança que estão colocados. Porque ele foi senador, uma vez como suplente e outra vez eleito graças ao Plano Cruzado, que elegeu todo mundo em todos os Estados do Brasil.

Liberdade de imprensa

Guerra: Esse plano de direitos humanos apresentado pelo governo tem de ser discutido. Nós somos contra. Nós queremos a liberdade de imprensa. Não estamos vendo em nenhum lugar conspiração da imprensa contra a democracia. Sofremos críticas, combate, e enfrentamos com absoluta naturalidade.

Dutra: Não há, na história do nosso partido, nenhum documento, nenhuma diretriz, que fale minimamente em cercear a liberdade de imprensa. O tão polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos tem coisas que não deveria ter, mas não no ponto em que é colocado pela oposição. Na época, quem fez a maior defesa do plano foi o Paulo Sérgio Pinheiro, que não é do PT. O que houve foi um problema na condução do processo. Colocaram resultado de conferência como posição de governo. No programa do PT nem a tão polêmica frase "controle social dos meios de comunicação" existe. Nosso partido tem uma história de defesa intransigente da liberdade de imprensa.

Mensalão e reeleição

Guerra: O mensalão é uma figura de retórica. É apenas um processo cuja natureza é a seguinte: para ter maioria, eu faço favores. E esses favores arregimentam uma maioria que é abastecida com recursos públicos. O presidente Lula, lá atrás, teria condição de liderar um processo de reforma política no Brasil. Não foi esse o caminho, foi juntar todo mundo num bloco, que reduziu o tamanho do DEM, do PSDB e de vários partidos, e engordou vários outros que formaram essa base fisiológica.

Dutra: Quase todos os partidos que fazem parte da base do governo atual fizeram parte da base do governo anterior. Vamos lembrar as circunstâncias em que foi aprovada a reeleição, no governo anterior. Um processo de mudança das regras do jogo depois que o jogo havia começado. E que gerou uma série de polêmicas, inclusive com gravações que envolviam recursos par aprovar a reeleição. E que acabaram não tendo a repercussão que outros casos tiveram porque, temos que reconhecer, eles eram mais competentes do que nós na tarefa de abafar CPIs.






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