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Politica Brasil
Terça - 27 de Outubro de 2009 às 11:27
Por: Valdemir Roberto

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Mato Grosso terá pedágio oficial em estradas estaduais. Os pedágios que já existiam em terras indígenas serão oficializados. A cobrança vai começar em um trecho de 52 quilômetros da rodovia estadual MT-235, recém inaugurada pelo governador Blairo Maggi. A oficialização será feita pelo governador em acordo com os índios da etnia parecis, FUNAI e IBAMA. A cobrança será feita pelos próprios índios.

A MT 235 também é conhecida como a “rodovia do índio”, pois atravessa a reserva indígena e a instalação de pedágios na região conta com o apoio dos plantadores de soja de Sapezal, um dos maiores produtores de grãos do país

A institucionalização da cobrança, que já vinha sendo feita informalmente pelos índios Halitinã e Waimaré há mais de uma década, poderá ampliar a arrecadação média atual, que segundo a Funai chega hoje a R$ 240 mil mensais --cerca de R$ 8.000 por dia.

Atualmente, o valor do pedágio cobrado pelos indigenas varia de acordo com a disposição dos parecis. O dinheiro vai todo para as associações. Com a inauguração do pedágio oficial, o dinheiro continuará sendo administrado pelos índios, mas a Funai vai acompanhar o processo.

Na inauguração da rodovia, os índios não perdoaram nem mesmo a comitiva do governador Blairo Maggi. Cobraram o pedágio. Até o governador teve de pagar para passar pela região, R$ 20,00 para carros pequenos e R$ 30,00, para veículos grandes, caminhões e ônibus. E usavam uma camiseta com a foto do cacique João Arrezoamae, o "João Garimpeiro", e uma frase atribuída a ele: "Branco qué [sic] estrada, índio qué estrada. Quando começa?".

O problema é que o governo do Estado vai bater de frente com os parecis na questão da definição dos valores a serem cobrados. O governo que definir o valor de R$ 10,00 pela travessia para veículos com até dez toneladas. Acima desse peso, a taxa será de R$ 25. Condutores de motos pagarão R$ 5. O posto deve ser inaugurado em janeiro.

Segundo a Funai, será necessário instituir um novo modelo de uso e destinação da verba.

"São 2.000 índios e sempre há o risco de a verba se pulverizar. Mas, se bem empregado, esse dinheiro permitirá investir em obras e melhorar a educação e a saúde nas aldeias", afirmou Barros, da Funai.

O governador se declarou favorável ao pedágio. "Se os brancos cobram, porque o índio não pode cobrar? Eu sempre fui um dos defensores do pedágio. E todo mundo aqui entende que os índios são merecedores."





Fonte: 24 Horas News

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