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Agronegócios
Quinta - 22 de Outubro de 2009 às 08:38

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Novos materiais genéticos de trigo irrigado estão sendo testados no município de Primavera do Leste (239 quilômetros ao sul de Cuiabá), na fazenda do produtor rural Moacir Tomazetti, com uma produtividade de 90 sacas por hectare. O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) Hortêncio Paro considera a melhor média obtida no Estado nos últimos anos.

As lavouras de trigo se concentram nos municípios de Alto Taquari e Primavera do Leste, ambos ao sul de Mato Grosso.

As variedades Supera e Quartzo foram plantadas pela primeira vez na safra 2009, e a colheita foi realizada em setembro, demonstrando grande potencial para produção da cultura do trigo irrigado em Mato Grosso.

As variedades Guamirin, BRS 264, BRS 254, BR 18, IAC 350 e Brilhante foram testadas durante cinco anos. Conforme Paro, as mais produtivas foram a BRS 264 com uma produtividade de 89 sacas por hectare e a Guamirin com 81,6 sacas/hectare. A BRS 254 é a variedade que possui maior força de glúten sendo utilizada para produção de pão, massas e farinhas consideradas nobres. “Na década de 70, a produtividade era de aproximadamente 30 sacas por hectare de trigo de sequeiro. Com tecnologia e novos materiais genéticos mudamos esses números e chegamos a 42 sacas/hectare”, relembra Hortêncio.

Ele chama a atenção dos produtores rurais, que possuem em suas propriedades pivôs de irrigação para cultivar também trigo. Em Mato Grosso existem mais de 300 equipamentos de irrigação, numa área de aproximadamente 30 mil hectares. “Com a proibição do cultivo de soja durante a entressafra da cultura, por meio do Vazio Sanitário”, o trigo surge como uma opção para quebra do ciclo da ferrugem asiática, doença branca e a redução da população do nematóide galha”, ressalta.

De acordo com o primeiro levantamento sobre a intenção de plantio da safra 09/10 de grãos no País, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção ficará 12,7% menor em relação ao realizado em 08/09. A triticultura mato-grossense não aparece no estudo da Companhia.

CONSUMO - Mato Grosso consome cerca de 10 mil toneladas de farinha de trigo por mês, todo ele comprado da Argentina e de outras regiões do Sul do Brasil. Se o moinho Multigrain voltar a operar no Distrito Industrial, ele sozinho conseguiria ofertar 2,8 mil toneladas de farinha ao mercado local, volume que atenderia pouco mais de 25% da demanda mato-grossense. O moinho está desativado há cerca de quatro anos por questões de ordem tributária. A diretoria do moinho defende um “novo tratamento tributário para a farinha de trigo” para que a planta volte a funcionar.

GARGALO - A alternativa de comercialização é o moinho de trigo da Multigrain, instalado no Distrito Industrial de Cuiabá. Segundo Paro, o produtor terá a opção de comercializar o grão do trigo dentro do Estado sem a cobrança do Imposto de Circulação e Mercadoria e Serviços (ICMS).

No dia 28 de outubro será realizada a 4ª Reunião Extraordinária da Câmara Técnica do Trigo (CTT) para apresentar os resultados de validação tecnológica da cultura, papel do moinho no fomento da triticultura no Estado e visita às instalações do moinho.

O diretor do moinho, Carlos Eduardo Francioni, estará acompanhando os membros da Câmara Técnica e mostrando toda a estrutura para atender os produtores rurais. A reunião será na sede do moinho de trigo, localizada na Rua, P, número 550, no Distrito Industrial, a partir das 14h30.





Fonte: Diário de Cuiabá

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