Silval explora nomes de Lula e Maggi como cabos eleitorais

Após contratar o marqueteiro Carlos Rayel, o vice-governador Silval Barbosa, pré-candidato do PMDB à sucessão estadual, recorreu ao chamado papa do telemarketing no Brasil, Alexandre Paolinelli, que já atuou na assessoria do ex-presidente FHC e do governador de São Paulo José Serra, para entrar em ação em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Tratam-se dos três maiores municípios mato-grossenses onde o nome do peemedebista encontra dificuldades de inserção eleitoral. A um ano do pleito, a pré-disputa ao Palácio Paiaguás começa a se polarizar entre Silval, apoiado pelo governador Blairo Maggi (PR), e pelo prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB). O senador Jayme Campos (DEM) faz barulho, mas a tendência é de composição com o tucanato.

São ao menos 30 operadoras, que ficam em São Paulo. De lá, disparam telefonemas para os eleitores previamente selecionados dos três municípios. Cada uma das telefonistas faz atendimento personalizado. Se identifica como secretária de Silval e usa o nome de Maggi e de Lula. Afirma que "o vice-governador recebeu convite do governador Blairo Maggi e do presidente Lula para ser candidato à sucessão estadual mas que, antes de tomar qualquer decisão, quer ouvir as pessoas, colher opinião e propostas de trabalho". Na primeira abordagem, a telefonista levanta todos os dados do eleitor, que, depois, recebe informativos, entre eles um jornal com 6 páginas contendo, na capa e em destaque, fotografia de Silval ao lado de Lula e Maggi. No intervalo de uma semana, o mesmo eleitor recebe ao menos cinco telefonemas da mesma "secretária de Silval". Nesse marketing pesado, a relação se estreita de tal modo que muitos dos entrevistados viram eleitores do peemedebista.

Os analistas acreditam que a melhora do nome de Silval nas intenções de voto, principalmente em Cuiabá, deva a esse trabalho de marketing conduzido pela equipe de Alexandre Paolinelli, filho do ex-ministro da Agricultura do governo Geisel, Alysson Paolinelli (74/79).