Após escândalo do PAC, PT pede cassação de Murilo Domingos

O diretório do PT em Várzea Grande, sob Lázaro Donizete, protocolou nesta quinta (20) um pedido de cassação contra o prefeito Murilo Domingos e seu vice, Tião da Zaeli, ambos do PR. No pedido, o partido pede providências ao procurador regional eleitoral Thiago Lemos de Andrade, para que o prefeito e o vice percam os mandatos e sejam considerados inelegíveis. O PT cita o recente escândalo envolvendo fraudes em processos licitatórios em obras do PAC como argumento para embasar o pedido. Segundo Donizete, Murilo "manejou volumoso montante de recursos públicos provenientes do orçamento e do convênio com o PAC. O desvio desses recursos por um quadrilha que envolvia agentes políticos é objeto de repúdio".

O presidente da legenda cita ainda que provas produzidas a partir da ação da Polícia Federal atestam que parte das campanhas de Murilo e Tião é proveniente dos “cofres da viúva”. "Recursos desviados por diversos métodos foram usados na campanha eleitoral e sonegados na prestação de contas, por sua origem ilícita". ainda de acordo com Donizete, à véspera das eleições do ano passado, Murilo efetuou o pagamento de seis notas fiscais, somando R$ 781,8 mil a Anildo Lima Barros, proprietário da gemini Projetos, Incorporações e Construções Ltda, preso na Operação Pacenas, da PF.

No dia seguinte ao pagamento das notas, Anildo teria efetuado uma "polpuda doação à campanha de Murilo, por meio de transferência bancária eletrônica. "O fato mereceu contornos de novela. Dias depois da vitória nas urnas, os acusados fizeram uma festa no Pantanal, numa chalana alugada por empreiteiros, sendo que a divulgação dessas notícias foi censurada por um juiz estadual de Várzea Grande. A esposa do magistrado foi nomeada para cargo de confiança na prefeitura", diz trecho da representação.

Donizete afirma ainda que "não resta a menor sombra de dúvidas que Murilo e Zaeli usaram da máquina administrativa em beneficio de suas candidaturas pelo município de Várzea Grande nas eleições de 2008, merecendo reprimenda urgente do Ministério Público Eleitoral".

Murilo foi reeleito no pleito do ano passado com 72.519 votos numa disputa contra o ex-governador Júlio Campos (DEM) e o então vice-prefeito Nico Baracat.