Ministério Público denúncia Ralf Leite

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra o vereador Ralf Leite (PRTB) pela prática de crime de exploração sexual de criança ou adolescente, falsidade ideológica, desacato à autoridade e corrupção ativa. A denúncia protocolada pela 2ª Promotoria Criminal de Várzea Grande é fruto do indiciamento em inquérito policial. O parlamentar foi preso no dia 6 de fevereiro, acusado de praticar atos libidinosos com um travesti de 17 anos de idade. A ele também recai a acusação de ter desacatado e ameaçado os policiais militares que o prenderam, na região do Zero-quilômetro, em Várzea Grande, um conhecido ponto de prostituição e venda de drogas.

De acordo com a denúncia assinada pela promotora Josane Fátima de Carvalho Guariente, após ter sido surpreendido pelos policiais o parlamentar cometeu uma sequência de delitos. O primeiro deles foi a apresentação de identidade falsa. “Buscando influir no ânimo dos policiais militares, o denunciado se identificou como soldado do Corpo de Bombeiros Militar, apresentando um cédula de identidade militar. Posteriormente, apurou-se que a cédula de identidade apresentada pelo denunciado não possuía validade jurídica”, observa a representante do MPE em trecho da denúncia.

Ralf foi denunciado ainda por corrupção ativa por ter tentado subornar os policiais com intuito de reverter o flagrante. “Nas proximidades do quartel, o denunciado decidiu corromper o policial, perguntando quanto de dinheiro precisaria para liberá-lo antes de chegar ao batalhão”, destaca a denúncia. Conforme o relato, a recusa dos policiais em aceitar o suborno fez com que o vereador se alterasse, proferindo palavras de baixo calão. A atitude, segundo a promotora de Justiça, configura crime de desacato à autoridade.

Além do recebimento da denúncia, para aplicação das penas cabíveis contra o vereador, o MP requere também que o juiz determine um valor mínimo para a reparação dos danos morais sofridos pelo menor, um adolescente de 17 anos, que mora em Poconé. Lá, ele também recebe amparo e assistência do promotor de justiça Rinaldo Segundo.

“A gravidade e a repercussão do crime, bem como as condições econômicas, sociais e psicológicas do denunciado e do ofendido, de modo que o quantum sirva de desestímulo à reiteração de condutas que contribuem para a situação de risco envolvendo crianças e adolescentes”, arremata a autora da denúncia.

Agora, a Justiça de Várzea Grande decidirá se irá acatar ou não a denúncia. O caso foi encaminhado à Terceira Vara Criminal de Várzea Grande, sob os cuidados da juíza Maria Erotides Kneip Baranjak. Ralf responde a processo disciplinar na Câmara de Cuiabá por quebra de decoro. A comissão interna recomendou a cassação do vereador, que aguarda o julgamento do caso no plenário do Legislativo cuiabano.