MP poderá investigar suposto enriquecimento de Júlio César Ladeia
No pedido de investigação, o autor cita comentários que teria ouvido nas ruas da cidade sobre o suposto enriquecimento de Júlio César Ladeia a partir de 2005, quando assumiu a prefeitura municipal de Tangará da Serra. “Logo depois que entrou na prefeitura, Júlio César Davolli Ladeia já apareceu de lancha, ‘zoando’ no Sepotuba. Depois ele apareceu em automóveis antigos cheios de enfeites e peças caras, uma motocicleta das grandes, coisa que só os colecionadores e gente de muito dinheiro tem condições de ter”, diz a carta endereçada ao MP.
O texto também menciona que Ladeia teria, segundo comentários, imóveis na cidade, pesqueiros no Rio Sepotuba e no lago de Manso - proximidades de Cuiabá -, fazenda no estado do Pará e uma propriedade na localidade de Pecuama que estaria, segundo a carta, “coalhada de bois”.
O autor anônimo diz que os comentários indicam que todo este patrimônio não estaria no nome de Ladeia. “Ouvi dizer que tudo isso não está no nome dele (Júlio César)”, diz o texto, observando que a propriedade na Pecuama está em nome de terceiros.
COBRANÇA - Apesar de alguns erros de gramática, o texto demonstra que o autor anônimo é bem informado e tem muita consciência do pedido que faz ao MP. Ele questiona a suposta riqueza de Ladeia e a origem dos recursos para aquisição do patrimônio que o prefeito cassado teria acumulado no espaço de apenas quatro anos. “É engraçado que tudo isso tenha aparecido pro Sr. Júlio Cézar Davolli Ladeia só depois que ele virou prefeito (...)”, dispara o autor, num dos parágrafos.
Ao final do pedido, o autor cobra da “Promotoria” a investigação sobre o fundamento dos comentários. “É uma obrigação da Promotoria e um direito do povo tirar tudo isso a limpo (...) Se for só conversa tem que ser esclarecido e se for verdade tem que tomar providência. Só a Promotoria pode fazer isso”, finaliza.
O autor anexou ao pedido de investigação uma carta aberta com outras graves denúncias, cujo autor se identifica como “José Eustáquio de Lima”, cópias de matérias jornalísticas veiculadas recentemente pelo Jornal Diário da Serra sobre a cassação de Júlio César Ladeia e sobre os levantamentos realizados pela Corregedoria Geral da União (CGU) em torno de recursos federais aplicados no município e mensagens de e-mails. Também constam no dossiê fotos aéreas da propriedade de luxo na região da Pecuama que seria de Júlio César Ladeia.
Pedido será analisado pela 1ª Promotoria Cível
O pedido anônimo de investigação sobre o suposto enriquecimento do prefeito cassado Júlio César Ladeia foi recebido pelo Ministério Público. A confirmação é do promotor substituto da 1ª Promotoria de Justiça Cível, Luciano André Viruel Martinez.
Segundo Martinez, foi determinada a autuação com posterior remessa à 1ª Promotoria de Justiça Cível, cujo titular será o promotor público Antônio Moreira da Silva, que se encontra em férias e assume a função no início de agosto.
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