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Politica Brasil
Quinta - 02 de Julho de 2009 às 11:13

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A 9 meses de assumir o comando do Palácio Alencastro, com o hoje vice-prefeito e secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, o PTB trará a Cuiabá para o último encontro regional deste ano duas figuras polêmicas e emblemáticas. Tratam-se do ex-presidente da República e agora senador Fernando Collor de Melo (AL) e do ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), presidente nacional da legenda. A agenda está praticamente fechada. O ato acontece em 29 de agosto. O partido quer empurrar em Mato Grosso o nome do ex-vice-governador Oswaldo Sobrinho para senador. São políticos da velha safra que tentam marcar posição nas eleições de 2010.

Sob a presidência estadual de Galindo, que deve virar prefeito da Capital a partir de abril do próximo ano com a provável renúncia de Wilson Santos (PSDB) para concorrer a governador, o PTB promoveu encontros estaduais neste ano em seis municípios: Tangará da Serra, Rondonópolis, Sinop, Alta Floresta, Chapada dos Guimarães e Nova Xavantina. Os próximos serão Juína e, por fim, Cuiabá. O PTB é antigo e já foi grande. Sua fundação é de maio de 1945, sob as regras do ex-presidente da República Getúlio Vargas. Em MT, figura entre os partidos nanicos. Hoje só possui dois prefeitos no Estado, assim mesmo contando com o cassado por crime eleitoral nesta semana Clovis Martins, de Poconé. Integram os quadros da agremiação 8 vice-prefeitos e 62 vereadores. Em 2006, elegeu um deputado: Chico Galindo, que renunciou ao mandato para assumir a Vice-Prefeitura. Hoje o partido não tem assento na Assembleia. A vaga ficou com Wilma Moreira, do PSB e que está licenciada e, com isso, abriu cadeira para o peemedebista Mário Lúcio. Em âmbito nacional, o PTB conta com 8 senadores, entre eles Fernando Collor, 23 federais e 59 estaduais, 418 prefeitos e 3.942 vereadores.

Trajetórias

Collor, que estará em Cuiabá no próximo mês, comandou o país de 90 a 92. Ele era do PRN. Ex-prefeito de Maceió pela Arena e depois deputado federal pelo PDS, Collor se elegeu ao Palácio do Planalto aos 40 anos em 1989, na primeira eleição presidencial direta após 29 anos. Sua vitória foi associada à imagem de juventude, de combate à corrupção e de abertura da economia. Com apenas um ano na presidência, surgiram denúncias sobre a influência de seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC (já falecido), nos negócios do governo. As suspeitas foram reforçadas pelo irmão do próprio Collor, Pedro, que afirmou existir um esquema paralelo de poder.

Em maio de 92, o Congresso instalou a CPI do PC, que desvendou uma movimentação milionária de dinheiro envolvendo contas fantasmas e empresas às quais Paulo César Farias estava ligado. Nos meses seguintes, começaram as manifestações populares pelo impeachment do presidente. Jovens, chamados de caras-pintadas, protestavam em todas as partes. Em 29 de setembro, a Câmara aprovou, por 441 votos a favor, 38 contra, uma abstenção e 23 ausências, o afastamento de Fernando Collor, que se instalou na Casa da Dinda. Certo de sua derrota no Senado, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992. Eis que em 2006, catorze anos depois, ele elege senador, desta vez pelo PTB.

Roberto Jefferson, o deputado que detonou o esquema do mensalão, que veio a derrubar ministros, a cúpula do PT e de outras siglas e quase levou o governo Lula à lona, acolheu Collor na legenda petebista de braços abertos. E não poderia ser diferente. Ele foi militante da tropa de choque do ex-presidente da República e sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento. No governo Fernando Henrique Cardoso, Jefferson teve papel fundamental para o rompimento do PSDB com o PFL. No ano seguinte, apoiou Ciro Gomes à Presidência da República. Até hoje ele compara petistas ao demônio. Após denunciar que o governo Lula pagava propina às bancadas governistas para votar projetos, Jefferson acabou tendo mandato cassado. Levou com ele para o buraco figuras como o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu que, aos poucos, vai influenciando nos rumos do PT.

Jefferson e Collor também estão de volta, ditando as regras na política nacional. Um comanda o PTB, com influência nos Estados. O outro, como senador, tenta reconstruir sua história marcada por corrupção. Ambos se juntam em MT aos petebistas Oswaldo Sobrinho e Chico Galindo, que até concedeu título de "Cidade Mato-Grossense" a Roberto Jefferson.





Fonte: RD News

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