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Politica Brasil
Sábado - 17 de Maio de 2008 às 15:30
Por: Wendell Oliveira

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Item da constituição, a liberdade de expressão foi questionada pelos vereadores de Alto Paraguai. Em meio à sessão ordinária no dia 12 de maio, os vereadores José Valentim (Zelão) do PSDB e Gilbert Souza (Giba) do PR, fizeram críticas pesadas às matérias divulgadas pelo Jornal O Divisor.

Na reunião, o plenário estava cheio, pessoas que esperavam o prefeito para discutirem a distribuição de casas populares. A prefeitura vai construir 150 para 300 pessoas. As indicações se restringem à iluminação pública e criação de ruas. Enquanto isso o povo de Alto Paraguai espera do legislativo projetos consistentes para resolver a situação do município.

Enquanto Giba e Zelão, pensavam como iriam criticar o Jornal, o vereador Abidias Pereira de Barros, comentava, na tribuna, o abandono da saúde da cidade. Ele contou o caso de uma cidadã que foi consultada pelo telefone, o médico não estava no plantão.

Gilbert, numa tentativa frustrada em mostrar sua oposição ao governo municipal, defendeu mais do que acusou. Disse que R$ 200 mil estão disponibilizados para a construção do hospital, mas ainda não foi liberado por atraso na entrega do balancete da prefeitura. Ele justificou a ausência do prefeito, disse que ele não pode comparecer a sessão por causa de um problema de saúde na família.

Com relação à situação das casas, Giba, sugeriu que fizesse um sorteio. Em meio sua fala, uma moradora, gritou: “Eu já sabia que o prefeito não daria conta”. O que mostra a decepção da população com o executivo e o legislativo.

O líder do prefeito na câmara, Olios Ciro de Matos, pediu ao vereador Abidias o nome do profissional de saúde para que pudesse ser tomada alguma providência. “Não podemos deixar de fornecer o básico”, afirmou o vereador. Tentando criar uma ilusão de ótica o “escudeiro de Bilú” defendeu a prefeitura e mais uma vez justificou a má administração com o repasse que a prefeitura recebe. Ele disse que a população não pode falar mal da cidade. “Quem tem menos, ganha menos (...) não podemos dizer que Alto Paraguai vai ‘de mal a pior’ porque nossa palavra tem poder”, explicou.

Xisto Cardoso pegou o microfone, falou, falou, expôs o problema da documentação dos terrenos, mas não forneceu nenhuma solução. Odilon Gomes da Silva, despejou críticas ao governo e aos colegas da câmara.

“O prefeito pode arrumar o hospital, mas neste ano ele não consegue colocar em funcionamento, quem sofre com isso é o povo”. Quanto às casas populares foi taxativo, “se não pode construir as casas por causa de documentação, vamos desapropriar outro terreno (...) o prefeito não veio aqui porque sabia que levaria ‘paulada’ ... nós vamos brigar por 300 casas”.

Giba voltou a falar, mais uma vez só defendeu e continuou a brincar de oposição. “Odilon falou bonito, mas como vamos dar 300 casas se só temos 150. Estamos em época de eleição. Iludir vocês é muito fácil”, disse o vereador candidato à reeleição na cidade, se referindo ao colega, mas que, de certa forma, atingiu a todos os parlamentares.

Mais uma vez os membros do legislativo se insinuaram e trocaram acusações. Finalizando a sessão, o presidente passou o comando da câmara para Giba e fez uso da palavra. José Valentim se defendeu quanto à saúde. Se fazendo de oposição, disse ter cobrado do prefeito a nomeação de um novo secretário de saúde, já que o antigo teve de se afastar por causa das eleições.

A partir desse ponto, o vereador criticou a atitude do jornal ao divulgar matérias sobre a má gestão do município e principalmente dos vereadores. “Não vi o Jornal O Divisor divulgar os benefícios”, argumentou o vereador. Contudo, deve-se lembrar que existe a liberdade de expressão e que o jornal, como veículo de comunicação e respeitado na região tem trabalhado lado a lado com o interesse público. Além do mais, a imprensa, como quarto poder, deve denunciar as irregularidades das instituições públicas.

Como justificativa o vereador disse que conseguiu a isenção de cobrança da taxa de iluminação pública para as famílias, um total de R$ 9,41 por mês. Zélão deu tanta ênfase ao feito, que parece ter feito algo além de sua obrigação. Contudo, não se sabe se esse valor vai resolver reais problemas na vida dessas pessoas.

Gilbert criou coragem e pediu o uso da palavra. “Quero colocar meu mandato a disposição do Ministério Público (...) se o jornal tem tanta informação assim, que denuncie o vereador”, acusou. Novamente o José Valentim se disse injustiçado, agradeceu a oportunidade, voltou à presidência e encerrou a sessão. Apesar dos pedidos e independente das acusações, o jornal não vai fugir de seu objetivo. Enquanto houver problemas a mídia vai continuar noticiando. É preciso saber que seriedade é um dos princípios da empresa.

Gilbert mente

O vereador que está em desgaste natural, já que não fez nada em prol da população de Alto Paraguai, não explicou o motivo o qual as contas e cópias dos gastos de sua gestão estão guardadas a sete chaves. O vereador, na próxima sessão, poderia fornecer ao jornal cópias de todas as diárias que a câmara passou aos vereadores durante sua gestão. Porém esse documento deve ser entregue frente à mesa diretora com a cópia das notas fiscais de auto-peças, combustíveis gastos e lotacionograma dos funcionários contratados durante sua gestão e local que trabalharam. Os vereadores envolvidos nessas denúncias podem se prender na aprovação do TCE, porém o tribunal não conhece ainda as artimanhas usadas para driblar a fiscalização.

Gilbert ainda possui uma lista com vários nomes de pessoas, as quais ele doou, neste ano, bolsas de estudos em uma faculdade privada, o que é configurado como crime eleitoral. Ficamos no aguardo dos documentos do vereador que se julga injustiçado.





Fonte: O Divisor

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