Silval vai para vaga de Vetoratto e deve virar 'primeiro-ministro'

Conforme havia prometido, o governador Blairo Maggi vai preparando “a conta gotas” a reforma estrutural no seu secretariado. E, em alguns casos, sendo obrigado a ampliar as mudanças. É o caso da Secretaria de Assuntos Estratégicos, cujo titular, Clóves Vetoratto encontra-se com problemas de saúde e não deve retornar ao Governo. Caso seja confirmado o afastamento, assumirá no lugar o vice-governador Silval Barbosa, segundo revelou nesta terça-feira uma alta fonte governamental. A mudança deve ser confirmada logo após o carnaval, quando o governador pretende empossar os novos auxiliares – inclusive os eventuais remanejamentos.

Como vice-governador e secretário de Assuntos Estratégicos, Silval ganha mais poder. Vai se transformar numa espécie de primeiro-ministro do Governo. É que a secretaria é responsável por fazer uma espécie de assessoria de programas junto às demais secretaria. A pasta ainda aparece na divulgação das potencialidades do Estado, para atrair investimentos e alavancar ainda mais a economia. Na sua missão está ainda a busca de parceiros e recursos para o programa de revitalização dos patrimônios históricos e o apoio institucional aos empresários e industrias do Estado, na busca de aumentar as exportações de produtos mato-grossenses para o exterior.

A confirmação de Silvar Barbosa no cargo indica que, de fato, o governador Maggi está preparando-o para os dias que restarem de Governo após sua desincompatibilização do cargo. Maggi estuda a possibilidade de disputar a eleição de 2010 como senador da República, embora haja projetos alternativos para que seja candidato a vice-presidente na chapa a ser montada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Há ainda a hipótese dele vir a ser candidato com um nome do PSDB, em função do assédio dos governadores tucano José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas.

Mas, voltando a política paroquial. até aqui são seis alterações praticamente confirmadas no Governo, incluindo a Secretaria de Assuntos Estratégicos. A primeira será na Secretaria de Fazenda. Maggi deverá oficializar o nome do economista Eder Moraes, atual presidente da MT Fomento, para a vaga ocupada interinamente por Edmilson dos Santos - que assumiu após a indicação e posse de Waldir Teis como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Moraes é o atual negociador da dívida de Mato Grosso. A indicação de Moraes para o cargo, contudo, passa pelo aval do próprio Teis. A vaga na MT Fomento, se aberta, deverá ser usada para composições políticas.

Outra mudança certa, por questões de ordem eleitoral, ocorrerá na Secretaria de Cultura. João Carlos Vicente Ferreira deixará o cargo para disputar a Prefeitura de Barão de Melgaço. O nome mais cotado para a vaga é do jornalista Ramon Monteagudo. Deve também deixar o Governo para disputar a eleição de outubro próximo o secretário de Esportes e Lazer, Baiano Filho. É provável que o adjunto Laércio de Arruda acabe ficando no cargo.

Sai também do Governo em fevereiro o secretário Alexandre Furlan, de Indústria, Comércio e Mineração. Furlan há tempos vem anunciando interesse em retornar a iniciativa privada e seguir atuando na política sindical, devendo assumir cargo na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para o seu lugar o governador Blairo Maggi estuda a possibilidade de oficializar o nome do secretário de Turismo, Pedro Nadaf, para o cargo. O segmento industrial resiste a perder a vaga. O lugar ocupado por Nadaf, por sua vez, também deverá entrar no pacote de indicações por articulação política.

A sexta mudança deverá ocorrer na Secretaria de Meio Ambiente. Fontes do Governo sustentam que o governador Blairo Maggi conversou com o presidente da Associação Matogrossense dos Municípios, José Aparecido dos Santos, o “Cidinho”, para ocupar o cargo atualmente nas mãos de Luís Henrique Daldegan. Maggi não esconde a insatisfação com a execução da política ambiental do Estado. A Secretaria tem sido responsável por grande parte do desgaste do governador, especialmente na comunidade internacional.