Mesmo com reforma, Câmara diz querer cortar gastos

A Câmara vai gastar cerca de R$ 36,2 milhões com a reforma de 96 apartamentos funcionais. A obra será abrangente, incluindo o imóvel e áreas comuns dos edifícios: elevadores, esquadrias e tubulações.

A divulgação da reforma ganhou repercussão semanas atrás pelo valor previsto e por itens que serão colocados nos apartamentos, como banheira de hidromassagem e triturador de alimentos.

O diretor da Coordenação de Habitação da Câmara, Carlos Henrique Laranjeira, diz que não houve intenção de “prover uma mordomia”. “A intenção foi de compatibilizar o apartamento, que é de alto padrão, ao padrão ao qual ele pertence”, diz.

Sem público

Segundo ele, a Casa está procurando reduzir gastos. Atualmente, 207 apartamentos funcionais estão desocupados.

“Não tem público pra eles. No estado em que se encontram, nenhum deputado se dispõe a morar”, diz Laranjeira. Desses, 144 estão em edifícios vazios (do qual fazem parte os 96 que passarão por reforma geral) e 63 estão “espalhados” em alguns prédios onde há apartamentos ocupados.

Nos imóveis distribuídos em edifícios diferentes, a Câmara tem investido em pequenos reparos.

“Tem muitos apartamentos que a gente gastaria menos que um auxílio-moradia para colocar em condições de funcionar. Mudando para ele, o deputado deixa de receber o auxílio, tornando essa operação vantajosa para a Câmara”.

De acordo com informações da 4ª Secretaria, responsável pelos apartamentos, existem cerca de 20 deputados esperando por um imóvel.

Quando os 96 apartamentos ficarem prontos, o que deve acontecer no fim de 2008, os deputados que já ocupam imóveis da Câmara serão transferidos para os reformados e aí outros edifícios passarão por obras.