Ministério da Saúde discute novas estratégias de combate à dengue em MT

O secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, abriu nesta segunda-feira (10.09), no Hotel Deville, em Cuiabá, a IV Reunião Estadual de Avaliação do Programa de Controle da Dengue. O encontro tem como objetivo avaliar a execução das ações do Programa de Controle da Dengue executadas pelo governo estadual e municípios nos últimos 12 meses e projetar ações para o combate da doença durante o resto do ano de 2007.

“Há quatro anos realizamos reuniões de avaliação do Programa de Controle da Dengue, conforme aplicado no Estado, mas a reunião desse ano é especialmente pertinente em vista de 2007 ter se tornado um ano atípico em relação ao crescimento da doença. Assim, vamos examinar as ações realizadas, identificando setores que precisam de mais atenção e fortalecendo as parcerias com os municípios e com a população, segmentos imprescindíveis para o êxito do controle da dengue”, disse o secretário Augustinho Moro.

Dados da Superintendência de Vigilância em Saúde contabilizaram o fechamento do ano de 2006 com 16.123 casos notificados. Já o ano de 2007, de Janeiro a Agosto, os números totalizam 17.600 casos notificados em Mato Grosso.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Maria Conceição Encarnação Villa, explicou que o Estado ministra capacitações para preparar os técnicos da Saúde para o enfrentamento à doença. "O que queremos examinar nesta IV Reunião Estadual de Avaliação são as experiências exitosas, que podem ser usadas como modelo de combate à doença, além de discutir como podemos fortalecer a parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, a mobilização social e as ações multisetoriais envolvendo, no interior, os Escritórios Regionais de Saúde, a Atenção Básica e outros segmentos da Saúde”.

Ao tecer observações sobre a situação da Dengue no país, a representante do Ministério da Saúde (MS), Suely Esashika, lembrou que a tendência de aumento de notificações da dengue não é uma característica de Mato Grosso. “Até Julho deste ano tivemos mais de 420 mil casos notificados em todo o país, o que revela um aumento acima de 42% sobre o mesmo período do ano anterior. A tendência de aumento também é demonstrada nos números de notificações da dengue para a região Centro-Oeste. De 50.649 casos notificados até Julho 2006, houve um aumento para 98.256 notificações, no mesmo período de 2007, especialmente devido ao aumento de notificações no Estado de Mato Grosso do Sul responsável até o momento por mais de 70 mil casos”, explicou Esashika.

A representante do MS revelou que o monitoramento da Dengue precisa ser feito em sintonia fina porque a doença vem evoluindo e mudando sua forma de atuação. “Em São Luiz do Maranhão, por exemplo, 37 notificações de Dengue em jovens de 15 anos são registradas a cada grupo de 100 mil habitantes. Mas o que mais está preocupando o Ministério da Saúde é que, nos últimos anos, as notificações da Dengue estão aumentando cada vez mais para crianças na faixa etária de um a oito anos de idade”, afirmou. Ela informou que essa situação será um dos tópicos de estudo da IV Reunião, durante os três dias do encontro.

ORIGENS DA DENGUE – Segundo Suely Esashika, o vírus Den1 (Dengue 1) foi o primeiro a aparecer no Brasil, nas regiões Norte e Nordeste, por volta do ano de 1986. Em 1990 foi identificado, nas mesmas regiões, o Den2 (Dengue 2), a cepa mais virulenta da doença e que é mais propensa a desenvolver a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD). “No ano de 2000 foi identificado, ainda no Norte e Nordeste, o vírus Den3 (Dengue 3). A partir de 1995 começou a dispersão da Dengue por todos os Estados do país e, hoje, existem os três vírus da Dengue ativos em praticamente todo o território nacional”, disse a representante do MS.

Suely Esashika explicou que toda pessoa é contaminada apenas uma vez pelo vírus da Dengue. “Digamos que a pessoa pegue o vírus Den1, da Dengue, e se cure. Ela numa mais vai pegar o Den1. Caso ela venha a ficar doente, outra vez, será dos vírus Den2 ou Den3, um de cada vez. Se a pessoa tiver tido os três vírus da doença isso torna mais fácil que ela venha a manifestar a Dengue Hemorrágica na próxima recaída”, informou.

Participaram da abertura da IV Reunião, além do secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, o secretário municipal de Saúde, Guilherme Malouf, a superintendente da Vigilância em Saúde da SES, Maria Conceição Encarnação Villa, o superintendente de Regulação, Maurício Estrada, o coordenador da Vigilância Ambiental, Oberdan Ferreira Coutinho Lira, o assessor da Vigilância em Saúde, Benedito Oscar Fernandes de Campos e secretários municipais de Saúde.

PROGRA