Leitão reassume a prefeitura hoje

O prefeito de Sinop, Nilson Leitão (PSDB), reassume hoje o cargo sem qualquer solenidade. Ele chegou ao município ontem à noite e se reservou a encontros com amigos e parentes que não lhe viam desde a quinta-feira da semana passada, quando foi preso na Operação Navalha sob suspeita de receber propina para beneficiar a empresa baiana Gautama.

O retorno de Nilson começou na noite desta segunda-feira, quando desembarcou por volta da meia-noite no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, vindo de Brasília. Ao chegar, ele seguiu para Cuiabá para passar a noite na residência de um amigo, onde permaneceu até o fim da manhã de ontem e teve encontros com dirigentes do PSDB. Ele alegou inocência ao rever os correligionários.

No início da tarde, Nilson seguiu para Sinop de carro. Novamente, evitou falar com a imprensa. A assessoria de comunicação da Prefeitura chegou a emitir uma nota pública em que pede compreensão ao povo. Segundo o documento, o prefeito está abatido com os acontecimentos. De acordo com o advogado Marcelo Segura, Nilson deve assumir o cargo hoje, porém, só deve conceder uma coletiva após acalmar os ânimos, o que deve ocorrer até esta quinta-feira.

"Ele disse que está com a consciência tranquila porque sabe que não fez nada. Disse também que os prêmios que recebeu não foram à toa", afirmou um correligionário do PSDB, após o encontro com Nilson realizado pela manhã em Cuiabá. Ele revelou ainda que o prefeito não deu detalhes dos quatro dias em que ficou preso na sede da Polícia Federal em Brasília.

Aos amigos, Nilson alegou a mesma defesa apresentada pelo advogado Marcelo Segura. Diz que não poderiam ter sido desviados recursos da obra em que a Gautama venceu a licitação porque o dinheiro não foi liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai financiar R$ 38 milhões do convênio. A Prefeitura entra com R$ 8,7 milhões de contrapartida. Nilson já recebeu prêmios como "Os municípios mais dinâmicos do Brasil" e um dos administradores que melhor aplicaram os recursos públicos em 2001.