Lupi enquadra PDT e diz que partido deve ser fiel ao governo

O novo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, enquadrou nesta terça-feira os parlamentares do PDT que fizeram recentes críticas ao governo federal e apoiaram matérias contrárias ao interesse do Poder Executivo no Congresso.

Depois de assumir oficialmente o ministério, Lupi disse respeitar a posição independente de deputados e senadores do PDT, mas afirmou que "em algumas questões o partido poderá dar a direção e todos terão que acatar".

Depois de ser empossado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lupi recebeu hoje o cargo de Luiz Marinho --que assumiu o Ministério da Previdência Social.

O ministro quase perdeu o direito de comandar uma pasta no primeiro escalão depois que seu partido saiu em defesa da CPI do Apagão Aéreo e se posicionou contra a MP do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que cria um fundo com recursos do FGTS. Da bancada de 23 deputados do PDT, 19 assinaram o requerimento que pedia a criação da CPI.

Apesar do recado aos pedetistas, Lupi disse acreditar na responsabilidade de atuação dos parlamentares do PDT. "Eu não trabalho para controlar a palavra de ninguém. Há deliberação partidária para integrarmos o governo de coalizão. Os parlamentares têm que ter responsabilidade para atuar", afirmou.

Coalizão

O PDT foi uma das últimas legendas a ingressar oficialmente a coalizão política do governo federal. O partido fez oposição ao presidente Lula em seu primeiro mandato, mas decidiu aderir à coalizão depois que Lula foi reeleito. Na distribuição de cargos na reforma ministerial, a legenda conseguiu indicar Lupi para o Ministério do Trabalho.

Na semana passada, durante sua cerimônia de posse no Palácio do Planalto, o próprio presidente Lula afirmou que Lupi poderia enfrentar problemas dentro do PDT. "Deus te abençoe, que o Miro [Teixeira (PDT-RJ)] não te atrapalhe e permita que você seja bem sucedido na sua vida", disse o presidente na ocasião.